Religião

Após anúncio de canonização, políticos baianos propõem honrarias em homenagem a Irmã Dulce

Divulgação/Osid
Parlamentares mobilizam ações para a futura primeira Santa do Brasil  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Osid

Publicado em 04/10/2019, às 22h50   Aline Reis



“De todos os santos, encantos e axé”. Não há como passar despercebida a forte influência dos festejos religiosos no calendário da Bahia, a adesão do povo também é notória fazendo jus ao trecho da canção de Moraes Moreira ‘Chame Gente’.  Essa união de religiosidade e pessoas é historicamente utilizada como um termômetro de popularidade para os políticos. Aqui na Bahia é assim.

Seja a pé, em mini trios ou estampados nas camisas há rostos e mensagens políticas na maior e mais tradicional festa religiosa da Bahia: Lavagem do Senhor do Bonfim. Aparentemente, o solo sagrado do Bonfim atravessou 1,6 km até o Largo de Roma, o agora intitulado ‘Caminho da Fé’, para ser palco mais uma vez no ano dessa manifestação político-religiosa.

Acontece que no dia 13 de outubro, Irmã Dulce, o ‘Anjo Bom da Bahia’ será canonizada em Roma, na Itália e vai se tornar ‘Santa Dulce dos Pobres’. A notícia confirmada pelo Papa Francisco em maio desse ano intensificou as homenagens de políticos baianos a futura santa baiana.

Joceval Rodrigues (Cidadania), político que levanta a bandeira do catolicismo no seu mandato, aprovou em junho na Câmara de Vereadores de Salvador, a ‘Medalha Irmã Dulce’. A primeira honraria será concedida a sobrinha da futura Santa, Maria Rita Lopes. A previsão é de que seja marcada a sessão para novembro deste ano. 

Para o edil, ‘Dulce dos Pobres’ é um “exemplo vivo das novas gerações de que se é possível viver na santidade e caridade”. “Tenho uma relação muito próxima de Irmã Dulce, minha avó era muito ligada à ela pelos trabalhos de caridade e por ser afilhada da madrasta de Dulce. Ainda quando criança ajudava minha avó na feira a carregar os insumos doados para as Obras Sociais. Toda essa corrente do bem me fez ver a necessidade de motivar mais ainda pessoas com iniciativa de ajudar o próximo e promover o bem comum. A medalha vai tornar visível exemplos de pessoas, que mesmo que não queiram aparecer, poderão mostrar a diferença que fazem na vida de quem mais precisa”.

Na Assembleia Legislativa da Bahia também foi criada uma medalha para homenagear instituições ou pessoas físicas que se destaquem na promoção de obras de cunho social ou filantrópico no estado.  A iniciativa foi do deputado Aderbal Caldas (PP). Para ele, “a relevância das obras por ela desempenhadas é de visibilidade tamanha que se mostra acima de divergências pessoais, religiosas, filosóficas ou de quaisquer outras naturezas. Essa notável mulher baiana dedicou toda a sua vida a socorrer a todos, sobretudo aos mais pobres e desassistidos socialmente, apesar da fragilidade da própria saúde, pois é sabido que tinha comprometida 70% de sua capacidade pulmonar”.

A entrega será realizada todo dia 26 de maio de cada ano, em sessão realizada na Alba. A data foi escolhida por conta do aniversário de Irmã Dulce.  

Ainda na ALBA, Marquinhos Viana (PSB) teve o projeto de lei sancionado pelo governador Rui Costa que institui o dia 13 de outubro como o “Dia da Santa Dulce dos Pobres”, no mesmo dia em outubro será a canonização da beata baiana no Vaticano. “A conheci pessoalmente, quando fui vereador de Barra da Estiva trazia muitos pacientes para a instituição dela. Irmã Dulce sempre acolhia com muito carinho, nunca reclamou e sempre se dedicou ao outro. O que mais vejo hoje são gestores reclamando de falta de verba ou estrutura, a futura santa nunca perdeu a fé de melhorar e levar os cuidados necessários. Era o que importava para ela. Fiz questão de apresentar o projeto da medalha assim que soube da canonização, é um exemplo para todos os baianos”, afirmou o deputado.

Em Brasília, na Câmara dos Deputados, o ptbista João Roma conseguiu aprovar a inclusão de nome de Irmã Dulce no livro Heróis da Pátria. A obra se encontra no Panteão da Pátria, em Brasília, e conta com os nomes de Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont e Anna Nery, entre outros personagens históricos.

O projetou passou na Câmara no dia 13 de agosto, data adotada pela Igreja Católica para celebração da religiosa baiana. “Maria Rita de Souza Brito Lopes, bem-aventurada Dulce dos Pobres, que é a primeira santa nascida no Brasil. É sim um ato de heroísmo fazer o que ela fez com os poucos meios que tinha, podendo transformar tantas vidas. Tendo fundado, inclusive, um dos importantes serviços sociais que hoje existem no estado da Bahia, que são as Obras Sociais Irmã Dulce, que já atendeu mais de 4 milhões de pessoas”.

O senador Ângelo Coronel (PSD) protocolou um projeto de lei para que o dia 13 de março, data de falecimento da futura santa, seja feriado nacional em homenagem a relevância do seu legado e por ser a primeira santa nascida no Brasil. “O Anjo Bom da Bahia, exemplo de amor e compaixão, é reconhecida pelo trabalho para os mais pobres e enfermos, que até hoje beneficia milhares de pessoas com as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID)”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp