Salvador

Mais de R$ 3 milhões são arrecadados com as multas

Publicado em 05/10/2011, às 09h34   Caroline Gois


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O superintendente da Transalvador, Alberto Thomaz Gordilho, afirma: "Sou a favor que os valores aplicados nas multas aumentem para que o processo não se banalize ou desvalorize". Segundo ele, que concedeu entrevista, na tarde desta terça-feira (4), à
webtv do Bocão News, as multas não são reajustadas desde 2007. "De lá pra cá tivemos uma inflação que aumentou em 220%, já a multas não sofreram reajuste".
Gordilho confirmou a instalação de mais 13 radares novos na capital. "Eles já estão sendo implantados e devem estar funcionando até o fim do mês", afirma.
A partir de novembro, 50 radares passam a fazer a fiscalização em toda a cidade. Além disso, mais 32 lombadas eletrônicas  e 60 fotosensores híbridos regulam e fiscalizam a velocidade das vias de Salvador. Os aluguéis de cada equipamento custam à Prefeitura - R$ 3.325, por radar. Por mês, a manutenção sai por R$ 166.250. Já as lombadas somam um custo de R$ 68.800 mensais, sendo o aluguel individual R$ 2.150.

A Eliseu Kopp & Cia Ltda - que tem um currículo nada promissor - é a atual responsável pelos radares e lombadas eletrônicas de Salvador. No ano passado, a Eliseu - após vencer processo de licitação - fechou o contrato, no valor de R$1,995 milhão com a Prefeitura de Salvador, para ser a responsável pela locação, instalação, manutenção e atualização tecnológia dos aparelhos. "Não há nada comprovado contra a Eliseu que a impeça de licitar. Sendo assim, podemos acatar à proposta oferecida", afirma o superintendente.
Questionado sobre valores e quantidade das multas aplicadas por mês, Gordilho divulga: "São cerca de 30 mil multas aplicadas e recolhidos R$ 3,5 milhões". O valor arrecadado  - que seria destinado às despesas com a Transalvador - não cobre os gastos. "Temos um gasto de aproximadamente R$ 9 milhões com mão-de-obra, aluguel de viaturas, manuntenção das instalações (sinaleiras, Elevador Lacerda e Plano Inclinado), além de aluguel de guinchos e suporte técnico às sinaleiras".
As multas, que chegam à casa dos motoristas num prazo de 30 dias e têm valor médio de R$ 108, são registradas - cerca de 80%, pelos quipamentos eletrônicos. Já o valor aplicado na blitz da lei seca chega a R$ 957,70.
Gordilho complementa que 5% do valor arrecadado com as multas é gerenciado pelo Denatram - Departamento Nacional de Trânsito - para a realização de campanhas. "No próximo sábado (17), estaremos com uma nova campanha para conscientizar o motorista sobre a importância da faixa de pedestre", conta. Em 2010, foram registradas 6 mortes para cada 1.000 veículos. Este ano, até setembro, duas mortes foram computadas nesta proporção.
Em meio ao caos em que o trânsito de Salvador se encontra, Gordilho se solidarizou com os motoristas e criticou a falta de sinalização da cidade, bem como, a desordem em pontos considerados críticos, como: Iguatemi, Paralela, Avenida Tancredo Neves, Cidade Baixa, Brotas e San Martin. "Minha preocupação para 2014 não é o sistema modal e sim as instalações que vão facilitar o fluxo de veículos no centro da cidade - como viadutos, passarelas e vias que sirvam de escape", ressalta.

Atualmente, o efetivo do órgão conta com 900 agentes. O superintendente diz acreditar que este número é suficiente para manter a ordem e não há previsão de concursos. "Sou a favor que se invista em eletrônicos. Mais fiscalização, principalmente, nas sinaleiras", completa.

E por falar em ordem, os guardadores da famosa Zona Azul não podiam ficar de fora. "Somos responsáveis pelo Sindguarda, que cobra um valor já estipulado de R$ 1", explica Gordilho. O valor arrecadado por mês e a quantidade de guardadores sindicalizados não foi dito, apenas que 50% do lucro é destinado à classe, 40% à Transalvador e 10% ao sindicato. Mas como ser cobrado por um 'guarda', cuja profissão não é legalizada? Seria um guarda de carro cobrando por um espaço na via pública?
Tentando se esquivar das perguntas, Gordilho lança a explicação: "Não deveria se chamar guardador de carro, acho que, na verdade, eles estão guardando um espaço ou algo do tipo".

A explicação, que não convenceu, deixa no ar alguns questionamentos: até quando
iremos pagar R$ 10 e, mesmo, R$ 20 para estacionar o carro em via pública sem nehuma garantia de segurança ou fiscalização efetiva dos agentes de trânsito ou prefeitura? Quando, de fato, poderemos ver a aplicação destes recursos arrecadados em prol de um trânsito bem sinalizado e organizado?
Talvez, como o prórpio superintendente afirmou "espera-se que com a Copa as coisas melhorem". Até lá, o próprio Gordilho, que chegou meia hora atrasado nesta entrevista, irá sofrer: "Foi culpa do trânsito", se desculpa o superintendente.

Fotos: Gilberto Junior/ Bocão News
Matéria publicada dia 4 às 17h10

Classificação Indicativa: Livre

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