Salvador

Comerciantes lamentam novas medidas restritivas em Salvador, mas defendem fechamento

Dinaldo Silva/BNews
Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 25/02/2021, às 17h56   Pedro Vilas Boas


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É como se o vendedor Adinailson Garrido, que trabalha em uma loja que conserta máquinas de costura na Avenida Sete, soubesse o que esperava a população de Salvador. Ele defende as medidas ainda mais duras anunciadas nesta quinta-feira (25), mas queria que elas tivessem sido feitas antes.

"Eu acho que ele [governador Rui Costa] tá certo. Só que deveria olhar também outras coisas, deveria olhar o seguinte: ele demorou de fazer isso. A situação está do jeito que está porque ele ficou muito com o 'pé atrás'. Tinha que ter feito no final do ano [passado]", opina.

Gerente de uma loja de enxovais na mesma avenida, Carlos Silva também apoia a decisão do governador, feita em conjunto com os prefeitos. Para ele, a preocupação com saúde deve vir antes da discussão sobre retomada econômica.

"Chegamos a um ponto que alguma coisa tinha que ser feita. A maioria não levou a sério, e o resultado tá aí. Aumentou o número de contaminados, óbitos, isso afeta a economia do nosso estado. Sem vida você não tem economia", disse, enquanto observava o fraco movimento no estabelecimento que trabalha.

Esta ampliação do toque de recolher tem início a partir das 17h desta sexta-feira (26) e segue até 5h de segunda (1°). Só serviços essenciais funcionarão.

"Se é pro bem..."

Mariela Araújo é responsável por um dos bares no Largo da Dinha, Rio Vermelho. Ela, assim como todos que trabalham no setor do comércio, conhecem bem os impactos causados pelas medidas de combate ao novo coronavírus. Porém, reconhece a importância das medidas.

"Se é pro bem do pessoal, questões de saúde, a gente tem que entender. As taxas estão muito grandes, a gente sabe que é verdade. Apesar de ter alguns colegas que acham que é 'coisa política', mas não posso afirmar isso", disse, ao ser informada pela reportagem sobre a nova medida mais rígida; ainda não sabia da notícia.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia  (Fecomércio-BA), entidade que reúne sindicatos patronais dos setores de comércio e serviços, estima que as medidas restritivas previstas para o final de semana no estado - para conter o avanço da covid-19 - custarão, por dia, R$ 70 milhões ao varejo. Os números foram apresentados pelo presidente da federação, Carlos de Souza Andrade na tarde desta quinta-feira (25).

O cálculo do prejuízo estimado com o fechamento ao longo do próximo sábado (27) e domingo (28) foi realizado por uma consultoria econômica.“Entendemos que na sexta-feira será um pouco menos que isso, pois funcionaremos até às 20h. Mas no sábado e domingo teremos uma perda substancial, em torno de R$ 70 milhões”, disse durante conversa com jornalistas por meio de uma videoconferência.

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