Arcebispo de Salvador avalia rumores sobre escolha de novo papa mais conservador: “Conclave é a ação de Deus”

A comunidade católica amanheceu nesta segunda-feira (21) com a informação do falecimento do Papa Francisco faleceu aos 88 anos. A notícia foi confirmada pelo Vaticano por volta das 2h35 (horário de Brasília) ou 07h35 (horário local). Em entrevista em Salvador nesta segunda, o Arcebispo de Salvador, Dom Sérgio Rocha, comentou a escolha do próximo representante da Igreja Católica.

“Eu tenho certeza de que o Espírito Santo nos conduzirá, pois escolhemos aquele que será o sucessor de Deus segundo o seu coração [...] Por isso, afirmamos que a melhor atitude da Igreja neste período é a oração. Primeiro, devemos orar pelo Papa que acaba de falecer e, em seguida, pelo futuro Papa. Somente Deus sabe quem será esse novo Papa, mas tenho fé de que será um Papa segundo o coração de Deus. E tudo o que aprendemos com o Papa Francisco, com suas soluções, não ficará perdido”, pontuou.

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Dom Sérgio também destacou que as mudanças realizadas pelo Papa Francisco foram importantes, mas não avançaram como deveriam.

Agora, gostaria de dizer que acredito que as reformas, os passos e os valores ou atitudes que o Papa Francisco estimulou, vivenciou ou iniciou em relação à Igreja são fundamentais. No entanto, essas mudanças não avançaram como deveriam, pois não dependiam apenas dele. Não se tratavam de questões meramente pessoais; pelo contrário, sempre foram motivadas por suas convicções e pela luta da Igreja pela fé em Cristo”, disse o Arcebispo. 

Desde 2020, como Arcebispo de São Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio ressaltou que os nomes conservadores especulados  podem não se concretizar, e destacou um histórico de nomes que não foram efetivamente escolhidos como Papas.

“Os comentários anteriores também são relevantes, e é justo que aqueles que se dedicam à pesquisa, ao estudo e à comunicação possam compartilhar suas expectativas. No entanto, o que eu gostaria de ressaltar neste momento são as surpresas sempre presentes nas ações de Deus e do Espírito Santo”, disse.

Se analisarmos os últimos conclaves, desde o Papa João Paulo I, cardeal Albino Luciani, passando pelo Papa João Paulo II, cardeal Karol Wojtyła, pelo Papa Bento XVI, cardeal Joseph Ratzinger, até o Papa Francisco, cardeal Jorge Bergoglio, percebemos que os nomes indicados para cada um desses conclaves, conforme a Bíblia ou segundo o que circula na mídia e nos comentários dentro da Igreja, geralmente não se confirmaram. Isso reforça o que mencionei anteriormente: o que acontece no conclave é a ação de Deus."