Salvador

Intoxicação alimentar: como evitar o problema que aumenta no verão

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A falta de refrigeração correta das comidas é uma das causas comuns de gastroenterites  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa/Pixabay
Lindaura Berlink

por Lindaura Berlink

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Publicado em 25/12/2023, às 14h59 - Atualizado às 15h28


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Na estação mais quente e esperada, pela marioria, é uma delícia para viajar, encontrar amigos e interagir ao ar livre. Contudo, o verão também é sinônimo de risco alimentar. Isso porque, devido as altas temperaturas, o riso de contaminação aumenta.

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De acordo com a gastroenterologista Lívia Caprara Lionço, preceptora da residência de gastroenterologia do Hospital Moinhos de Vento, quanto mais gente se encontra, mais o vírus se propaga. "Um prato estragado servido em um evento pode contaminar várias pessoas ao mesmo tempo", explicou a especialista, em entrevista a revista Marie Claire do O Globo.

A falta de refrigeração correta das comidas é uma das causas que favorece a proliferação de microrganismos indesejáveis. A exemplo da maionese posta na mesa de Natal às 22h. Duas horas depois já pode ter passado do ponto.

Em outra situação comum, a família viaja para uma casa de veraneio e lota a geladeira com as compras levadas. O refrigerador mal dá conta de manter os alimentos frios. O consumo de comidas cruas, como peixes e até mesmo frutas e verduras também ameaça a saúde.

O perigo aumenta se a faca e a tábua utilizadas para cortar o ingrediente contaminado forem reaproveitadas no manuseio de outros ingredientes. O fenômeno é conhecido como contaminação cruzada.

A especiliasta em gastroenterologia cita ainda a água como fonte de intoxicação. “Mesmo aquela aparentemente potável, da torneira, oferece riscos, porque nem sempre é fluorada”, diz. Alguns patógenos que causam gastroenterite podem vir da água, como a giárdia.

Contaminações comuns

A médica gastroenterologista, Lívia Caprara Lionço, explica também que Diversos agentes podem causar intoxicação alimentar, sendo bactéria E. Coli, como um dos mais frequentes. “Ela é comum em casos de diarreia do viajante, aquela gastroenterite que a pessoa pega quando viaja. A bactéria pode ser contraída por meio de alimentos de origem duvidosa, mas também na água do mar ou da piscina”, informou a especialista.

Gastroenterites também podem ser causadas por vírus, como o norovírus, transmitido não só por alimentos, mas também por contato interpessoal — um aperto de mão, por exemplo. Outros agentes são o rotavírus, mais comum em crianças, o adenovírus e a hepatite A.

“Quando é virose, as pessoas podem ter somente sintomas de gastrite, com vômito e dor abdominal, sem diarréia. Isso é bem comum”, apontou Lívia Caprara a reportagem.

Sintomas de intoxicação alimentar

Dependendo do micro-organismo causador da gastroenterite, os sinais e sintomas podem demorar de poucas horas a até um mês para se manifestarem.

“Se aparecem em até 6 horas depois de comer, a intoxicação foi causada por uma bactéria que tem toxina pré-formada, como a Staphylococcus aureus. Quando tu tem que ter a invasão do endotélio do intestino e a produção de toxina, isso pode demorar até três dias depois, como a salmonella e a Shigella”, afirmou a médica em entrevista a revista.

Para alguns protozoários e para o vírus da hepatite A, o período de incubação pode levar até um mês. Só então a pessoa vai começar a se sentir mal.

Os principais sinais e sintomas associados à contaminação por alimentos são diarreia, vômito, náusea e dor abdominal. Em alguns casos, a pessoa pode ter também manifestações neurológicas, como tontura, visão borrada, fraqueza e dores no corpo.

A maioria dessas gastroenterites não precisa de tratamento medicamentoso. Elas costumam se resolver sozinhas. A orientação é descansar, hidratar-se e consumir alimentos leves, como batata e massa.

Segundo a gastroenterologista, a pessoa precisa se preocupar diante de alguns fatores de alarme, que incluem: seis a oito episódios de diarreia por dia, dor abdominal severa, febre acima de 38,5ºC e presença de sangue ou muco nas fezes. “Nesse caso a gente considera uma disenteria. O tratamento habitualmente precisa de antibiótico”, afirmou.

O cuidado deve ser redobrado com crianças, idosos e imunossuprimidos, mais propensos à desidratação. Olho ou boca muito secos, cansaço, confusão mental, cãibras musculares e urina escurecida são sinais de desidratação são sinais de que o corpo está com pouca água. “Nesse caso, a pessoa precisa ir ao médico para receber hidratação na veia e, talvez, antibiótico”, apontou a médica.

Saiba como previnir contaminação

- Manter a geladeira abaixo de 4ºC e o freezer abaixo de -18ºC;
- Cozinhar bem carnes e frutos do mar;
- Lavar frutas e vegetais adequadamente;
- Lavar as mãos regularmente, especialmente após ir ao banheiro e antes de manipular alimentos;
- Evitar consumir leite não pasteurizado;
- Evitar comer em locais duvidosos.

Classificação Indicativa: Livre

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