Salvador

Pais relatam descaso e falta de estrutura em hospital pediátrico de Salvador; unidade rebate

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Emergência pediátrica lotada faz criança esperar 17h por internação em quarto no hospital  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ Promedica

Publicado em 15/04/2022, às 19h34   Karine Pamponet


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Uma criança com apenas um ano e quatro meses passou 17 horas para ser acomodada em quarto da emergência pediátrica do Hospital Jorge Valente, na Avenida Garibaldi, em Salvador. O menino, que deu entrada na noite dessa terça-feira (12), possui plano de saúde individual com acomodação em quarto hospitalar, apresentava quadro de dificuldade respiratória.

“Fomos ao hospital às 23h da terça-feira com meu filho tossindo muito e cansando. Quando chegamos haviam apenas três pessoas na nossa frente para triagem e logo fomos atendidos e encaminhados para ala de nebulização. Aí começaram os problemas”, declara o pai da criança, Danilo Pereira.

Ao Bnews, Danilo relatou uma série de dificuldades enquanto esperava por um quarto, já que seu filho precisaria ficar internado. “Muitas crianças com quadro de problemas respiratórias juntas num mesmo ambiente e sem conhecimento do resultado do exame de Covid-19. Além disso, meu filho não tinha onde deitar, nem coberta para se cobrir. Tive que pegar a cadeirinha do carro para fazê-lo descansar, mesmo que de forma improvisada, enquanto esperávamos a internação”, relata.

denuncia

Nas imagens enviadas por ele, confirmamos o desconforto da criança. “Soubemos que o hospital estava lotado, mas esperávamos auxílio para a criança. A comida oferecida ao paciente era colocada em cima das cadeiras, ao lado de lixeira comum que estava sendo utilizada para descarte de material hospitalar. Um ambiente totalmente insalubre”, relembra a situação de forma indignada.

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Após ver a criança muito irritada por uma madrugada sem descansar direito, Danilo sugeriu ao hospital que liberasse as macas dos consultórios médicos. “Na quarta-feira, ás 14h, fomos acomodados na enfermaria e foi então que solicitei o resultado do exame do coronavírus. Graças a Deus deu negativo mas, e se enquanto esperava tivesse uma criança de covid junto ao meu filho na sala?”. Duas horas depois o hospital conseguiu um quarto para internar a criança que foi diagnosticada com bronquiolite.

“Reconheço que os médico e enfermeiros estavam se esforçando ao máximo para atender a todas crianças. Minha reclamação é pelo descaso do Hospital”, reforça Danilo que ainda questiona não ter podido ter acesso ao prontuário nesta sexta-feira (15) na hora da alta hospitalar do filho. “Não me deixaram ler e nem ter uma cópia. A enfermeira me disse que a partir da próxima segunda-feira (18) posso entrar com um requerimento solicitando o documento ao hospital”, explica. A criança segue em tratamento no conforto de casa.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Jorge Valente, que informou, por meio de nota, que a criança foi atendida por volta das 23h30 do dia 12 de abril, sendo assistida na Sala de Medicação. "Ressaltamos que as salas de medicação em Emergências nas unidades de saúde não são individualizadas, sendo este um padrão seguido por hospitais de forma geral. No HJV, a sala de medicação possui divisórias entre as poltronas para permitir a separação adequada, comum, em se tratando de salas de medicação". 

A unidade hospital seguiu afirmando que, tomadas as primeiras medidas e feita a avaliação médica quanto ao diagnóstico e tratamento da doença, a decisão foi por internar o paciente. "A preparação para internação é parte do fluxo normal da assistência. À tarde o paciente já se encontrava internado em apartamento. Ou seja, foram cerca de 16h entre o atendimento, diagnóstico, definição da conduta médica pela internação e acomodação no apartamento, tempo considerado razoável diante do contexto de alta demanda enfrentado nos últimos dias", ressaltou o documento.

"Em relação à reclamação de que o paciente foi acomodado ao lado de um lixo comum que estava sendo usado para descarte de resíduos hospitalares, a informação não é verídica. Cada leito na área de preparação conta com lixeira para uso individual. Outra lixeira que se encontrava próxima ao local também não se destina ao descarte de resíduo hospitalar, fato sobre o qual o representante legal do paciente se confunde em sua alegação. Por último, o HJV ressalta que é realizada testagem para covid e influenza em todas as crianças internadas com sintomas respiratórios", finaliza o texto.

Veja vídeo:

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