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Arraiá do futuro: O que pensam prefeitos de cidades baianas para o já sonhado São João de 2022

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Pelo segundo ano consecutivo, os festejos juninos não serão realizados em razão da pandemia da Covid-19  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Setur-Ba

Publicado em 24/06/2021, às 05h30 - Atualizado às 06h00   Diego Vieira


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“Eu perguntei a Deus do céu, uai, Por que tamanha judiação?” A indagação feita pelo rei do baião Luiz Gonzaga na letra do clássico ‘Asa Branca’ não refere ao fato de ficarmos sem festa junina. No entanto, o trecho da canção define o sentimento dos baianos que não ouvirão o som da sanfona nas praças públicas de cidades do interior da Bahia já que, pelo segundo ano consecutivo, o tão aguardado São João não será realizado em razão da pandemia da Covid-19.

Para os prefeitos de alguns dos principais destinos juninos da Bahia, apenas com a vacinação da população, que está em andamento num ritmo não tão acelerado como os das músicas coreografadas pelas quadrilhas juninas, os forrozeiros poderão voltar a arrumar suas malas no mês de junho rumo ao interior do estado. E esse é o principal desejo dos gestores municipais já que as cidades sofrem diversos impactos com o cancelamento do evento. 

O prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), por exemplo, estima que cerca de R$ 30 milhões deixem de circular na cidade por causa da suspensão dos festejos juninos no município. “O que mais impacta em Cruz das Almas, com certeza, é a questão financeira do município. Perde o comerciante, o feirante, o agricultor, as pessoas que alugam casas no período, ou seja, todo mundo acaba sendo impactado”, afirma o prefeito.

Questionado sobre a possível realização do evento no que vem, Ednaldo diz que pretende realizar o melhor São João da Bahia, e que inclusive, já trabalha para isso. Em 2019, a cidade realizou quatro dias de festa e recebeu atrações como Dorgival Dantas, Flávio José, Mastruz com Leite e Limão com Mel.

“Acredito muito que no próximo ano a gente consiga realizar o São João com segurança. A prefeitura de Cruz das Almas já trabalha na organização e no pensamento de realizar o melhor São João da Bahia assim como feito entre os anos de 2013 a 2016. A população já estará vacinada e livre dessa doença, mas enquanto o São João de 2022 não chega, peço a todos que não aglomerem para não aumentar o número de casos da Covid”, pondera.

E pelo visto, a disputa do título de melhor São João da Bahia em 2022 promete ser acirrada. Com esperanças de também poder realizar os festejos no ano que vem, o prefeito de Senhor do Bonfim, Laércio Júnior (DEM), afirma que no que depender dele a festa será “triplicada” para compensar a não-realização do evento em 2020 e 2021.

Conhecida como a Capital do Forró na Bahia, Senhor do Bonfim está entre os dez municípios baianos que mais aplicaram a vacina contra a Covid-19. “Não podemos só pensar em Senhor do Bonfim para realização do São João do ano que vem. Para realizarmos a festa, todos precisam estar vacinados. Então dando tudo certo, com fé em Deus, não tenho dúvidas que voltaremos a fazer o São João e as pessoas podem esperar um São João triplo. Não é a toa que Senhor do Bonfim é considerada a capital baiana do forró”, enfatiza.

De acordo com Laércio Júnior, sem a realização do São João a cidade deixa de arrecadar aproximadamente R$ 20 milhões. “Se não fosse a pandemia, hoje Senhor do Bonfim estaria com a cidade lotada, hotéis e pousadas sem vagas, distribuidoras de bebidas lotadas, sanfoneiros se apresentando, pessoas vendendo licores e alugando suas casas, ou seja, uma gama de pessoas que sobrevivem e faturam por conta do São João. É um prejuízo muito grande para a cidade”, lamenta o prefeito.

Assim como em Cruz das Almas e Senhor do Bonfim, o prejuízo da suspensão dos festejos também chega na casa dos milhões em Amargosa. De acordo com o prefeito Júlio Pinheiro (PT), os setores do comércio e serviços são os mais afetados.

“O São João tem uma importância muito grande para o nosso município. A gente acredita que cerca de R$ 30 milhões são injetados na economia local por conta da realização da festa e o comércio e o setor de serviços são os maiores prejudicados”, afirma.

A expectativa do gestor é de também fazer uma grande festa em 2022. Só em 2019, a Praça do Bosque, local onde acontecem os shows, chegou a receber cerca de 100 mil pessoas apenas no dia 24 de junho. Entretanto, Júlio Pinheiro ressalta que para repetir o feito será necessário que a vacinação da população brasileira seja concluída até o final do ano.

“A gente já deveria estar com cerca de 70% da população vacinada, mas por conta da recusa do governo federal em adquirir vacinas desde o ano passado retardou o processo de imunização. Para a gente poder ter qualquer perspectiva de realização da festa em 2022, a gente precisa concluir em 2021 a vacinação da população brasileira, pelo menos do público-alvo. Com certeza teremos condições de realizar uma grande festa no que vem se todo mundo estiver devidamente vacinado” diz.

Com o avanço da imunização, a prefeitura de Santo Antônio de Jesus, que fica no Recôncavo da Bahia, também tem a expectativa de realizar o São João em 2022 e assim aumentar a renda da cidade no mês de junho. "A nossa previsão é voltar a fazer uma das maiores festas da Bahia e do Brasil. A nossa programação para 2022 é fazer uma festa de grande porte, divulgando a nossa cidade, atraindo turistas e fomentará a economia da cidade neste período", diz nota enviada à reportagem. 

Em 2019, o festejo junino do município contou com apresentações de nomes como Simome e Simaria, Wesley Safadão, Saia Rodada, Solange Almeida, Elba Ramalho e Adelmário Coelho em cinco dias de programação.

Classificação Indicativa: Livre

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