Saúde

Avança casos de dengue em 2015

Publicado em 06/01/2016, às 06h46   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Depois da queda significativa em agosto, o número de casos de dengue voltou a subir. Estes são dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, que informou ainda que o aumento foi identificado em todas as regiões do País, além disso, aponta para o crescimento da população do Aedes aegypti em todo o terrítório brasileiro - um indicativo de que os riscos para as outras doenças transmitidas pelo vetor, zika e chikungunya, também são altos. Até a primeira semana de dezembro, haviam sido notificadas 1.587.080 infecções por dengue, 123.304 a mais do que o verificado até a última semana de setembro.
O maior avanço da epidemia foi registrado no Centro-Oeste, onde a incidência dobrou entre outubro e novembro e saltou de 21 para 45 casos por 100 mil habitantes. No Sudeste, o comportamento foi semelhante: passou de 10,7 para 19,2 por 100 mil habitantes. No Nordeste, o aumento foi menos expressivo, de 18,6 para 23,8, mas a marca põe a região na segunda posição de incidência de dengue.
Houveram mortes também durante todo o ano. Mais cem casos foram contabilizados entre a última semana de setembro e a primeira de dezembro. Pelos dados reunidos até agora, 2015 teve pelo menos 839 óbitos provocados pela doença, o maior número registrado na história desde que o vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, voltou ao país, em 1982. Em 2013, que apresenta a segunda maior marca, foram 674 mortes.
Recorrência
A antecipação de casos de dengue, embora rara, não é inédita. Nos verões de 2001-2002 e 2009-2010, o aumento precoce do número de casos também foi registrado. 
Segundo o Estadão, o fato de a alta de casos já estar em curso não significa, por si só, que a epidemia será mais grave. "Havia uma esperança de que 2016, depois do aumento tão expressivo de 2015, tivesse um comportamento melhor. Mas, em dengue, não há previsões. Você sempre pode ter risco de epidemia no país, porque há sempre uma parcela da população suscetível." Há uma combinação de fatores que definem problema: o clima, a população de mosquitos e população suscetível ao vírus circulante no ano.
No entanto, os números têm de ser analisados de uma nova forma neste ano. Embora isolados já sejam bastante preocupantes -- uma vez que a dengue pode levar à morte --, os dados indicam haver uma população expressiva do mosquito, vetor também da chikungunya e do zika, vírus apontado como a causa do crescimento do número de microcefalia no país em 2015.
A estatística dá mostra do risco de a população enfrentar agora uma tríplice epidemia: dengue, chikungunya e zika. O Boletim Epidemiológico é um reforço para a necessidade de se combater o mosquito. A epidemia, além dos riscos à população, sobrecarrega os sistemas de saúde.
As estatísticas brasileiras são transparentes e feitas de forma a retratar o alcance da dengue em toda a população. 
Publicada no dia 5 de janeiro de 2015, às 16h

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp