Saúde

Ministério da Saúde e Governo iniciam conversa para ajudar o Martagão

Publicado em 21/07/2016, às 08h16   Redação Bocão News


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A equipe gestora do Hospital Martagão Gesteira foi recebida pelo ministro da saúde, Ricardo Barros, na terça-feira (19). O encontro foi intermediado pelo ministro Gedel Vieira Lima e deputado Lucio Vieira Lima e teve como objetivo explanar a situação econômico-financeira da instituição, com foco no reequilíbrio dos contratos. Na última semana, o Martagão anunciou a possível suspensão de serviços essenciais, a exemplo da neurocirurgia, oncologia, cirurgia cardíaca e tratamento de crianças com fenda palatina.
Durante a reunião, o superintendente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, mantenedora do Martagão Gesteira, Antonio Santos Novaes Junior, explicou que os contratos e o plano operativo do hospital encontram-se desatualizados, sem reajustes há mais de 5 anos, o que tem gerado mensalmente um déficit de R$ 500 mil. O ministro Ricardo Barros encaminhou o pleito para a equipe técnica do Ministério da Saúde, que nesse momento estuda uma possível solução. Também participaram do encontro a presidente de honra da Liga Álvaro Bahia, Rosina Bahia, e o presidente executivo Durval Olivieri.
Segundo Antônio Novaes, a instituição vai pleitear junto ao ministério da Saúde um aporte para salvar a unidade que atende mais de 2,3 milhões crianças por ano. “Vamos pleitear. O ministro esteve aqui e entregamos o pedido a ele e estamos tentando com os deputados baianos. Vamos nos unir para tentar também conseguir essa verba extra que salvaria o hospital”, revelou, em entrevista na Rádio Metrópole, ao apresentador José Eduardo.
No âmbito estadual, a conversa foi iniciada na última sexta-feira (15). O secretário de saúde do estado da Bahia, Fabio Vilas-Boas, contatou a equipe gestora do Martagão Gesteira, solicitando que fossem apresentados os pleitos de reequilíbrio dos contratos estaduais. 
Na manhã desta quarta-feira (20), a equipe do Martagão se reuniu com a equipe técnica da SESAB para elaborar a proposta, que deve ser avaliada ainda hoje pelo secretário Vilas-Boas.
O Martagão, que tem 40% do seu custeio vinculado a contratos com o Governo do Estado da Bahia e 60% vinculados ao Ministério da Saúde e Secretaria Municipal da Saúde, pretende que as distorções econômico-financeiras, que ameaçam a sua sustentabilidade, sejam corrigidas. “O que temos agora é uma luz no fim do túnel. Estamos empenhados e confiantes, mas ainda há muito trabalho a ser feito”, disse o Superintendente Antonio Santos Novaes Junior.
Entenda o cenário do Martagão Gesteira
Para realizar 22 mil atendimentos especializados por mês, o Martagão Gesteira gasta R$ 4,2 milhões. Os contratos estaduais remuneram com R$ 1,6 milhão. O contrato municipal, juntamente com o Ministério da Saúde, remunera com R$ 2 milhões. As doações mensais ao Martagão, que podem ajudar no custeio mensal, são de cerca de R$ 100 mil. Todo o valor arrecadado pela instituição totaliza, mensalmente, R$ 3,7 milhões, o que gera um déficit de R$ 500 mil mensal.
Para cobrir o déficit sem reduzir os atendimentos, o Martagão Gesteira vem recorrendo todos os anos a empréstimos bancários. Hoje, a dívida total da instituição já soma R$ 25 milhões. “Os hospitais filantrópicos não recebem nenhuma facilidade dos bancos, que cobram juros elevados e fazem a dívida crescer de forma descontrolada”, explica Novaes Junior.
Publicada no dia 20 de julho de 2016, às 13h

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