Direção do Martagão Gesteira se reúne para avaliar corte de verba da Sesab

Após o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) denunciar, nesta quinta-feira (29), que a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) rescindiu o contrato de ortopedia, de forma abrupta, com o Hospital Martagão Gesteira, a unidade de saúde não quis se pronunciar sobre o assunto. Ao BNews, a assessoria de imprensa do hospital confirmou o corte de verba, mas explicou que a direção ainda está conversando com todas as partes envolvidas e só depois irá emitir uma nota.

Segundo o Cremeb, o corte de verba de R$ 69 mil mensais pode gerar uma crise na assistência ortopédica infantil, já que tempo ideal para realizar cirurgia de fratura infantil é de até 72 horas após lesão, mas com a nova realidade, com a cirurgia sendo realizada no hospital público, passa ser de 12 a 15 dias na marcação de cirurgias. O médico ortopedista e conselheiro do Cremeb, Fernando Cal Garcia, explica que essa demora acarreta no consolidar e remodelar da fratura, passando para tratamento da lesão e não a correção devida.

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Além disso, o Cremeb explicou que ainda existe a possibilidade de demissão de muitos profissionais da assistência à criança do Martagão, já que o corte de verba diminui o serviço prestado. Além do déficit na assistência ortopédica, os serviços de cirurgia cardíaca e neurocirurgia também passam por limitações orçamentárias, embora não tenha havido rescisões contratuais nessas especialidades. A restrição de verbas impacta também na área de otorrinolaringologia do Martagão Gesteira. 

Em nota, a Sesab esclarece que o Hospital do Subúrbio passou a absorver a demanda de ortopedia que era, em média, 30 pacientes por mês, já que as instituições privadas e filantrópicas exercem um serviço complementar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação a rede própria do estado. A pasta destacou, ainda, que o Hospital Martagão Gesteira ainda possui diversos contratos com o Governo do Estado que totalizam mais de R$ 33 milhões por ano, a exemplo dos serviços de Cardiologia Pediátrica, Neurocirurgia e Cirurgia de Urgência. Além destes, o Estado mantém contratos nas áreas de desospitalização de crianças com doenças crônicas, assistência domiciliar sem ventilação e com ventilação, bem como leitos de UTI Neonatal.