Saúde

Ministério usa risco de afastamento da fé para defender abstinência sexual; Damares nega

Wilson Dias/Agência Brasil
Ministra argumenta que não deve omitir resultado de pesquisa que associa gravidez na adolescência a ausência de fé porque é religiosa   |   Bnews - Divulgação Wilson Dias/Agência Brasil

Publicado em 26/01/2020, às 08h35   Redação BNews


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O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos tem usado como argumento técnico para defender a abstinência sexual entre adolescentes estudos segundo os quais a iniciação precoce afasta o jovem da religião e da família. 

De acordo com informações da coluna Painel, da Folha de São Paulo, deste domingo (26), o dado é apresentado pelo governo em reuniões da elaboração da campanha de combate à gravidez na adolescência. A ministra Damares Alves, titular da pasta, contudo, nega que esteja usando a religião para elaborar políticas de Estado.

“Não usamos o afastamento da religião como consequência. Se estou falando de um estudo, e o estudo chegou a essa conclusão, só porque sou religiosa tinha que omitir o resultado?”, questionou. A ministra também disse que, se pais e adolescentes levarem até ela um abaixo-assinado com 1 milhão de assinaturas contrárias a proposta, ela “para de falar”.

“O argumento que eu estou buscando é: uma menina de 12 anos não está pronta para ser possuída. Se vocês me provarem, cientificamente, que o canal de vagina de uma menina de 12 anos está pronto para ser possuído todo dia por um homem, eu paro agora de falar”, concluiu.

Também durante a entrevista, desafiou a reportagem da coluna a apontar um ato administrativo ou iniciativa dela como ministra que tenha a religião no meio. “Provem. Em algum momento eu falei em retardar o início da relação sexual porque sou religiosa? Sou uma gestora pública, preocupada com a saúde pública”, disse.

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