Saúde

Ação arrecada itens para combate a pobreza menstrual; Cufa distribuirá materiais em favelas

Dinaldo Silva/BNews
Doação de itens de higiene pessoal pode ser feita pelo drive-thru montado no Campus Tancredo Neves da Universidade Salvador (Unifacs), na capital baiana  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 19/06/2021, às 11h17   Laiz Menezes e Léo Sousa


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Um drive-thru para a arrecadação de produtos de higiente pessoal é realizado neste sábado (19), no Campus Tancredo Neves da Universidade Salvador (Unifacs), na capital baiana.

A ação tem como objetivo chamar atenção e combater a pobreza menstrual - como é chamada a dificuldade de acesso às condições básicas de higiene por parte das mulheres que menstruam.


Foto: Dinaldo Silva/BNews

As doações podem ser feitas no local das 9h às 16h de hoje. Poderão ser doados pacotes de absorventes, sabonetes e papel higiênico, além de kits de shampoo e condicionador.

De acordo com a Prefeitura de Salvador, que apoia o projeto Ambulatório Multiprofissional em Saúde (AMU) da Extensão Comunitária da Unifacs, na ação, o montante arrecadado será encaminhado para as instituições Lar Pérolas de Cristo, que recebe crianças e adolescentes para acolhimento institucional; Movimento Popular de Rua, voltado para pessoas em situação de rua; Instituto Renascer Mulher, que trabalha com jovens em comunidades carentes, e para o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (Gapa-Bahia).

Parte do material também será doado em comunidades nos bairros de São Caetano, Águas Claras, Sussuarana e Nordeste de Amaralina, além localidades do Subúrbio Ferroviário de Salvador e em Alagados, em bases da Central Única das Favelas (Cufa). Em entrevista ao BNews, o coordenador da Cufa na Bahia, Márcio Lima, comentou a ação. 

"Muitas das nossas lideranças identificaram mães solteiras, sem trabalhar e com filhas. Há uma dificuldade muito grande na primeira menstruação dessas meninas na pandemia, e a escolha, ou ela compra um pão, compra um açúcar, um café, ou compra o absorvente", afirmou.


Foto: Dinaldo Silva/BNews

"A pobreza menstrual vai muito mais além do que o absorvente, é a saúde da mulher [...] A gente está identificando a condição da saúde daquela menina, daquela mãe também, que está naquele momento de pandemia, que é muito difícil, e o trauma também que isso causa na primeira menstruação de uma menina que não tem condições de comprar um absorvente ", acrescentou Lima.

Dados

De acordo com o relatório Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos, publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no último mês de maio, 713 mil meninas do País não têm acesso a banheiros ou chuveiros em suas casas para se cuidar quando estão menstruadas. Outras 4 milhões não têm, na escola, itens de cuidados básico para esse período. 

Além disso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 13 milhões de brasileiros se encontram abaixo da linha da pobreza e consideram o absorvente um item de luxo.

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