Saúde

Pesquisa revela que 40% dos jovens não usam camisinha

Publicado em 01/12/2010, às 08h34   Redação Bocão News




Jovens brasileiros de 15 a 24 anos são o foco da campanha “O Preconceito como Aspecto de Vulnerabilidade ao HIV/Aids”, que será lançada nesta quarta-feira (1º de dezembro) pelo Ministério da Saúde (MS) para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids. De acordo com a pesquisa realizada pelo MS, 40% da população jovem declararam não usar preservativo em todas as relações sexuais. O grupo tem o maior número de parceiros casuais em relação a adultos.

“É a geração pós-coquetel, que não vivenciou a epidemia dos anos 80. As pessoas não temem mais a doença como antes. A Aids é tratada como uma doença crônica, como diabetes, por exemplo”, conta o coordenador-geral do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (Gapa), Harley Henrique.

Uma das razões estaria no tratamento da enfermidade, o que tem aumentado a sobrevida dos pacientes. “O tratamento oferece uma sobrevida maior, mas isso não significa que a doença é menos grave do que há 30 anos. A Aids ainda não tem cura e causa muitas mortes”, alerta a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), Maricélia Macedo, acrescentando que há registros de 400 a 500 novos casos por ano.

O objetivo da campanha, segundo o ministério, é a desconstrução do preconceito sobre pessoas que vivem com o vírus HIV no Brasil, além da conscientização de jovens sobre comportamentos seguros de prevenção contra a Aids.
Mudança
Desde a epidemia ocorrida na década de 80, houve avanço no tratamento da doença e mudanças no perfil do paciente, mas há um aspecto que ainda permanece inalterado: o preconceito. Algo que o estudante do 9º semestre  do curso de direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Oséias Cerqueira conhece muito bem.

Passado o susto inicial, o medo e a fase aceitação, ele resolveu romper o silêncio e hoje atua desenvolvendo trabalhos de prevenção e apoio aos soropositivos. “Mas do que a prevenção em si, o objetivo é combater o estigma e a discriminação que recaem sobre quem tem a doença. Quero ser visto como uma pessoa como qualquer outra. Sou Oseias, jovem, baiano, negro, gay e tenho aids. O fato de ser soropositivo não é o mais importante na minha vida. A aids é um fato, não é algo que me faça ter menos expectativa de futuro”, afirma Oseias, que atua no setor jurídico do Gapa.

O que é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids?
A data foi instituída como forma de despertar a necessidade de prevenção, de promoção do entendimento sobre a pandemia e de incentivar a análise sobre a aids pela sociedade e órgãos públicos. No Brasil, a data começou a ser comemorada no fim dos anos 80. Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi uma decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por que o laço vermelho como símbolo?
O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a aids. Seu projeto foi criado em 1991 pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte, de Nova York, que queria homenagear amigos e colegas mortos em decorrência da aids. O Visual Aids tem como objetivos conscientizar as pessoas para a transmissão do vírus, divulgar as necessidades dos que vivem com o HIV/aids e angariar fundos para promover prestação de serviços e pesquisas.
O adereço foi escolhido pela sua associação ao sangue e à ideia de paixão e foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos da Guerra do Golfo. O símbolo foi usado publicamente, pela primeira vez, pelo ator Jeremy Irons, na cerimônia de entrega do prêmio Tony Awards, em 1991.

O laço se tornou símbolo popular entre as celebridades nas cerimônias de entrega de prêmios e virou moda. A possibilidade de se tornar apenas um instrumento de marketing preocupou ativistas que temiam que a popularidade levasse a perda de força, do seu significado. Mas, ao contrário disso, a imagem do laço continua sendo um forte símbolo na luta contra a aids, reforçando a necessidade de ações, pesquisas e, principalmente, de solidariedade aos que convivem com o HIV/aids.

Fonte: A Tarde e Agência Brasil

Classificação Indicativa: Livre

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