Saúde

Com dívida de R$ 200 milhões, Desenbahia pode tomar Espanhol em novembro

Imagem Com dívida de R$ 200 milhões, Desenbahia pode tomar Espanhol em novembro
Reunião do Conselho incluiu aditivo que garante amortização da dívida com a estatal  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/08/2014, às 06h06   Caroline Gois (Twitter: @goiscarol)


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Sem papel higiênico, sem comida, sem medicamentos e sem funcionários. A situação do Hospital Espanhol beira o caos, cuja dívida já atinge a casa dos R$ 200 milhões. Na noite de terça-feira (26), a reportagem do Bocão News teve acesso a informações exclusivas da reunião de conselheiros com representantes do governo ocorrida ontem, na instituição. Por cerca de duas horas, 21 dos 40 conselheiros, além de dois representantes do Estado dicustiram a situação do hospital que já não tem médicos e soma uma dívida com a Coelba de R$ 1.5 milhão.

Após votação definida por 11 votos a 10, ficou determinado a inclusão no contrato junto com a Desenbahia um aditivo que garante a amortização da dívida do hospital com a estatal, contraída desde o início da crise, em 2012. Com carência de seis meses para quitação da dívda e devendo quatro, o Espanhol tem dois meses para pagar um valor que ultrapassa os R$ 100 milhões.

Por conta disso, segundo fonte do Bocão News, o representante do Governo e da Desenbahia, o superintendente de Gestão do Sistema de Regulamentação da Atenção à Saúde da Sesab, Andrés Castro Alonso Filho, levou a proposta aos conselheiros. A maioria acatou ao aditivo que tem como termo principal garantir todos os prédios do Espanhol à Desenbahia, que engloba 11 blocos de A a O. Ainda conforme a fonte, os 11 conselheiros que acataram à proposta o fizeram temerosos diante da contraproposta do governo, que seria o fechamento imediato do hospital. Entre os que votaram a favor estão: Pepe Fernandes, José Rivas, Andre Faro, Otero, Luiz Vilarinho, Reginaldo Trigo, Celia Bulhosa, entre outros. Os que foram contra assim o fizeram, de acordo com a fonte, solicitando a contrapartida de obter, de forma documentada, o que foi explanado pelos representantes do governo - Andres Alonso. Estes teriam dito que prorrogariam o prazo de carência para quitação da dívida para 18 meses. Por não haver contrato ou assinatura desta afirmação, votaram contra o aditivo: Vitor Ventim, Henrique Marques, Francisco Catelino Edésio, Orlando Sedon, Corbacho, Manoel Rodeiro, José Obinha e Rios.



Atualmente, o Espanhol - cujos médicos estão de braços cruzados desde o dia 13 de agosto e prometem voltar somente após receberem os salários, enfrenta graves problemas de material e abastecimento. O Espanhol está sem faturamento, o que não gera recebíveis por não haver recolhimento de FGTS, deixando a unidade sem certidões. Este problema agrava ainda mais a situação do hospital que não consegue assim obter mais empréstimos e, consequentemente, amortizar as dívidas. "Vamos fechar as portas. Infelizmente", lamentou a fonte, que levantou o valor de R$ 50 milhões como sendo o necessário para resolver os problemas neste momento.

Com 128 anos de história e prestação de serviço à população, o Hospital Espanhol se vê em meio a crise desde 2012 e o socorro imediato foi conseguido junto a um empréstimo feito com a Caixa Econômica Federal, cujo valor total foi de R$ 57 milhões. Desse montante, R$ 32 milhões já foram repassados e, dos R$ 25 milhões que restam, apenas R$ 4 milhões foram disponibilizados para o hospital este ano. Todavia, os R$ 21 restantes não podem ser repassados pela falta de certidão.

A reportagem do Bocão News tentou contato com o presidente do Hospital Espanhol, Demetrio Moreira Garcia, que não atendeu as ligações. Andres Alonso também foi procurado e nâo atendeu o celular. A assessoria de imprensa da Desenbahia também foi procurada, mas os dois celulares estavam na caixa.

Sendo assim e sem reunião do Conselho agendada, funcionários estão sem receber há mais de quatro meses, a luz pode ser cortada a qualquer momento e os 12 pacientes idosos que ainda resistem na unidade se alimentam de ovo com arroz.


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Publicada no dia 27 de agosto de 2014, ás 09h50

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