Saúde

Bnews Summer: Biquíni molhado pode virar um pesadelo no Verão; saiba porquê

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Além do calor, o público feminino precisa prestar atenção nas roupas, maiôs e biquínis molhados para não aumentar os índices de infecções vagina  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 10/01/2023, às 06h00   Camila Vieira


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A região íntima da mulher requer cuidados em todas as épocas do ano, mas especialmente no Verão a atenção precisa ser redobrada. Durante esse período mais quente, as temperaturas altas destroem as bactérias protetoras da flora vaginal e favorecem o aparecimento de microrganismos que podem gerar doenças ginecológicas. Além do calor, o público feminino precisa prestar atenção nas roupas, maiôs e biquínis molhados para não aumentar os índices de infecções vaginais.

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Nesse período são frequentes os banhos de piscina e de praia. O contato com a roupa úmida por muito tempo pode gerar complicações que acabam afetando a saúde íntima das mulheres. A candidíase vulvovaginal é a doença ginecológica mais comum no Verão. Causada pelos fungos do gênero Cândida, a patologia atinge 75% das mulheres em alguma fase da vida. Mas segundo especialistas, o aparecimento é mais comum em meses mais quentes.

A médica ginecologista especialista em medicina reprodutiva, Gérsia Viana, explica que a umidade favorece a proliferação de fungos, daí a recorrência das candidíases na alta estação. Além da umidade dos biquínis, a médica ressalta que o calor também é um fator que pode contribuir para a manifestação da doença, já que ele altera a acidez vaginal e reduz os microrganismos responsáveis pela defesa da região.

“Candidíase e herpes genital são doenças predominantes no Verão, mas vale ressaltar que as infecções sexualmente transmissíveis também são muito corriqueiras nesse período”, ressalta a especialista. Ela explica que no caso da candidíase, é muito comum sintomas como secreção vaginal esbranquiçada, tipo leite coalhado associado a irritação com coceira. Embora não seja uma doença grave, a médica alerta sobre a importância de não minimizar os sintomas. “O ato de coçar com frequência pode levar a ferimentos na vulva. As lesões ulcerosas favorecem a infecção por outros patógenos sexualmente transmissíveis, inclusive o vírus do HIV”, explica.

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Apaixonada por praia, a represente comercial Mariana Cordeiro, 34 anos, sofre com candidíase todo Verão. As idas rotineiras nos finais de semana e o contato com o biquíni úmido por muito tempo sempre resultam no aparecimento da doença. “Eu não abro mão da minha programação, sempre fico muito tempo na praia. Gosto do banho de mar e a umidade me deixa com coceira. Esse período sempre procuro minha ginecologista para saber como tratar, já que os sintomas incomodam muito”, revela.

A postura de Mariana é considerada ideal pela ginecologista Gérsia Viana. “Uma avaliação ginecológica sempre se faz necessária para confirmar o agente causador da infecção e estabelecer o tratamento adequado”, enfatiza a profissional de saúde. A médica lembra que cerca de 5% das mulheres sofrerão com o quadro de candidíase vulvovaginal recorrente, que se caracteriza por quatro ou mais episódios a cada doze meses.

Tratamento - Muitas mulheres ficam preocupadas e com medo da doença, mas a identificação dos sintomas e o tratamento ideal resultam na cura rápida da candidíase. Os principais sintomas são: irritação, coceira e corrimento branco-amarelado. O tratamento pode ser feito por meio de comprimidos e cremes de uso tópico. Já nos casos recorrentes, a conduta é diferente, uma vez que eles exigem acompanhamento médico especializado. Para esses quadros, podem ser utilizados medicamentos em conjunto com ajustes no estilo de vida, que auxiliam no controle do problema e no alívio dos sintomas.

Como evitar - Para prevenir a candidíase, algumas dicas importantes podem fazer a diferença. Mantenha a área vaginal sempre limpa; não utilize desodorantes, sprays ou perfumes na região; troque os absorventes com frequência; evite o uso de roupas justas e vista calcinhas que ajudem a manter o local seco e que não retenham calor ou umidade. Evitar o uso de biquínis úmidos por longos períodos também é uma recomendação fundamental.

Cuidado especial com as crianças - Em relação às crianças, as mães e pais devem ficar atentos aos cuidados de higiene nesse período. Algumas práticas sugeridas pela ginecologista são: evitar tempo prolongado com roupas íntimas molhadas, enxugar bastante a região e a cada troca usar sabonetes específicos para a limpeza da região genital.

De acordo com a ginecologista, o ideal é fazer a troca de roupa, sempre substituindo a peça úmida por uma seca. “Se a programação é passar um dia inteiro na praia ou piscina, é ideal levar dois trajes de banho para se trocar e não ficar com a roupa molhada o tempo inteiro. Se não vai mais entrar na água, coloque uma roupa seca”, recomenda.

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