Saúde

Cloroquina matou 17 mil pessoas durante a 1ª onda da covid, diz estudo

Carolina Antunes/PR
Cloroquina foi amplamente defendida durante o governo Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Carolina Antunes/PR

Publicado em 07/01/2024, às 21h46   Cadastrado por Victória Valentina


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A escolha da cloroquina como forma de lidar com a Covid-19 foi responsável pela morte de pelo menos 17 mil pessoas durante a primeira onda da pandemia. As informações são de uma pesquisa publicada esta semana na revista científica Biomedicine & Pharmacotherapy.

Especialistas analisaram dados de 44 levantamentos feitos entre março e agosto de 2020 na Itália, França, Bélgica, Turquia, Espanha e Estados Unidos, de pacientes que tinham sido expostos ao remédio. O resultado apontou um aumento do risco de morte, principalmente em razão de distúrbios do ritmo cardíaco.

Os pesquisadores descobriram um aumento de 11% na mortalidade de pacientes que foram tratados com cloroquina e chegaram ao número de 16.990 óbitos por conta do medicamento. Porém, a quantidade de mortes no mundo inteiro é muito maior. Países que usavam a cloroquina de forma off-label, como o Brasil, não foram avaliados pela falta de dados oficiais.

A cloroquina, originalmente destinada a tratar malária, foi administrada inicialmente a pacientes da covid-19, apesar da ausência de evidências de benefícios clínicos documentados.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), após uma extensa pesquisa, alertou que não existem provas de que o remédio traria qualquer impacto positivo para pacientes da covid-19. Por conta disso, diversos países retiraram o medicamento dos protocolos contra a doença.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi um grande defensor do medicamento durante seu governo. A ordem durante a pandemia foi de aumentar o abastecimento. O ex-mandatário, inclusive, chegou a anunciar que estava tomando cloroquina.

"Aplica logo, pô", disse Bolsonaro. "Sabe quando esse remédio começou a ser produzido no Brasil? Ele começou a ser usado no Brasil quando eu nasci, em 1955. Medicado corretamente, não tem efeito colateral", afirmou o então presidente.

Segundo Uol, ao final do primeiro ano da pandemia, Bolsonaro havia defendido o remédio em 23 discursos. "A hidroxicloroquina tem salvo milhares e milhares de vidas pelo Brasil", declarou em agosto de 2020.

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