Saúde

Como tratar o autismo? Veja práticas que podem ajudar

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Os tratamentos são cruciais para a qualidade de vida da pessoa com transtorno do espectro autista.  |   Bnews - Divulgação Reprodução/GOV

Publicado em 02/04/2024, às 20h25   Melissa Lima


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Apesar de não curar a síndrome, um tratamento adequado para o transtorno do espectro autista pode melhorar a comunicação, a concentração e diminuir os movimentos repetitivos. Desse modo, é possível proporcionar uma melhor qualidade de vida para o próprio indivíduo autista e para sua família.

Para o tratamento ser eficaz, é necessário o auxílio de uma equipe multidisciplinar composta por médico, fisioterapeuta, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. Os profissionais indicam terapias específicas para cada paciente, que geralmente são necessárias por toda a vida.

Confira as opções de tratamento para o autismo 

1. Remédios

Um dos métodos mais conhecidos é a utilização de remédios, que normalmente são indicados de acordo com os sintomas identificados pelo médico. Agressividade, impulsividade, desatenção, dificuldade para lidar com a frustração, ansiedade e alterações do sono são alguns dos aspectos observados pelos profissionais.

Mesmo com o uso de remédios prescritos pelo médico, a adoção de outras estratégias continua sendo necessária. Elas ajudam a aliviar os sintomas e podem no futuro contribuir para diminuir a dose ou até mesmo suspender o medicamento.

2. Alimentação

A alimentação da criança de um modo geral deve ser variada e saudável, com frutas e vegetais, cereais integrais, leguminosas e proteínas. É importante, nesse sentido, prevenir situações como prisão de ventre, deficiência de nutrientes ou obesidade.

A criança com o transtorno do espectro autista pode ter dificuldades para comer em virtude da seletividade alimentar - um dos sintomas da síndrome. Pensando nisso, os responsáveis podem adotar algumas medidas, como fazer apresentações criativas com os pratos ou oferecer opções de alimentos para a criança escolher. 

3. Fonoaudiologia

O acompanhamento com o fonoaudiólogo é imprescindível para melhorar a comunicação verbal da criança autista com outras pessoas. O profissional indica exercícios que podem aumentar o vocabulário e melhorar a entonação da voz. Isso acontece através de jogos e brincadeiras, que atraem a atenção da criança.

4. Musicoterapia

A música contribui para o entendimento das emoções, além de aumentar a interação da criança com o mundo à sua volta. O objetivo principal não é aprender a cantar ou tocar instrumentos, mas saber ouvir e se expressar através dos sons que os instrumentos podem produzir. Nisso também estão incluídos os movimentos de dança, por exemplo.

5. Psicoterapia

A psicoterapia é guiada pelo psicólogo e pode ser realizada individualmente ou em grupo, semanalmente. Através desse meio é possível desenvolver as habilidades de comunicação e interação, mas sobretudo ajuda a criança a lidar com as dificuldades emocionais.

6. Terapia ocupacional

A terapia ocupacional costuma acontecer em associação com a psicoterapia. O objetivo aqui é melhorar a qualidade de vida e estimular a autonomia através de tecnologias e atividades que necessitam da ação da pessoa. Além disso, atividades que promovam o processo de adaptação à sociedade e a autoconfiança também são utilizados.

7. Psicomotricidade

Pode ser orientada por um fisioterapeuta especialista. Durante as sessões, são realizados diversos jogos e brincadeiras visando desenvolver a coordenação motora e o controle dos movimentos do paciente.

8. Terapia ABA

A terapia ABA é um método que ajuda nas habilidades sociais, comunicativas,  emocionais e de aprendizado. Pessoas com transtorno do espectro autista que possuem dificuldades de socialização, aprendizagem ou de atividades do dia a dia, como alimentação e autocuidado, podem melhorar a qualidade de vida através desse tipo de tratamento.

9. Equoterapia

Apesar de inusitada, a terapia com cavalos é muito útil para melhorar a reação de endireitamento do corpo quando a criança está em cima do animal. Ela desenvolve a coordenação motora, o controle da respiração e a autoconfiança do autista.

Como cuidar de uma criança autista em casa

Alguns cuidados específicos são importantes para cuidar de uma criança autista e deixá-la confortável em seu dia a dia. 

- Observar se a criança maior facilidade para determinada tarefa, porque muitas possuem aptidão para matemática, música, desenho ou informática, por exemplo;
- Respeitar as rotinas, pois o autista não lida bem com mudanças;
- Evitar ter móveis e objetos desnecessários em casa, para protegê-los de acidentes;
- Desenvolver bons hábitos do sono, respeitando o horário de dormir, com luzes menos intensas e refeições leves antes de ir para cama.

Também é importante evitar locais como lanchonetes e supermercados, uma vex que existem muitos estímulos nestes locais, como luzes muito fortes, multidões e muito barulho. Tudo isso pode causar desconforto na criança.

No projeto Autismo: Unindo pessoas, rompendo barreiras, o BNews conta a história de Monique Reis, mãe de um menino de 4 anos, portador do espectro autista, que busca por condições e tratamento adequado para seu filho. 

Classificação Indicativa: Livre

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