Saúde

Conheça a Síndrome de Rebecca, que prejudica as relações amorosas

Reprodução/Freepik
A síndrome que prejudica as relações é caracterizada pela vontade exacerbada de conhecer o passado do outro  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Freepik
Redação Bnews

por Redação Bnews

[email protected]

Publicado em 13/01/2025, às 10h23



A curiosidade sobre o passado e o histórico de relacionamentos de seus companheiros em um nível quase obsessivo, é algo comum para a analista de licitação Luiza Dias, de 36 anos. Mesmo se considerando uma mulher bonita e independente, ela vive relacionamentos que são atormentados por sua própria insegurança, como narrou ao jornal O Globo. 

“Em um deles, meu ex disse, quando começamos a nos envolver, que ainda gostava de outra namorada. Isso foi muito prejudicial, porque comecei a ‘stalkear’ a menina”, relembra. “Queria saber o que ela fazia, onde malhava, quem eram os amigos e o seu gosto musical, como se eu tivesse interessada em conhecê-la e entender o motivo de ele ter se apaixonado pela ex”, contou. 

Esse ciúme excessivo e quase paranoico não é novidade ou algo que seja vivido exclusivamente por mulheres, mas o assunto viralizou recentemente entre o público feminino nas redes sociais, tendo mais destaque no TikTok, onde ganhou até nome: Síndrome de Rebecca. 

O nome é uma referência vinda do livro “Rebecca” da escritora britânica Daphne Du Maurier, que serviu de inspiração para o filme “Rebecca, a mulher inesquecível” (1940) de Alfred Hitchcock.

Na história um viúvo se casa novamente, mas as constantes menções à ex-mulher, Rebecca, fazem com que a nova esposa fique cada vez mais insegura, assim como Luiza. “Era visível o quanto era excessivo. Não dava atenção ao meu namorado para ter um relacionamento com ele. Era como se eu namorasse a ex dele”, analisa.

Denise Figueiredo, psicóloga especialista em casais, diz que a Síndrome de Rebecca prejudica o casal a ter a própria história. “O protagonismo da relação vira o outro, que nem está lá, ocupando a narrativa. O que o outro viveu, já foi, não há como controlar.” 

A profissional reforça que para que a confiança possa ser criada, é importante dar segurança ao parceiro e estabelecer limites, fortalecendo os laços e mostrando que a escolha é viver a história atual, e não a passada. “Seja firme. Não tenha medo de dizer: ‘Isso é inegociável para mim, não vou falar mais sobre esse assunto’. Porque o passado é uma fonte inesgotável de inseguranças”, alerta Denise.

Luiza ressalta em seu depoimento que alguns companheiros tiveram sua parcela de culpa nessa dinâmica das relações. “Tem caras que alimentam essa competição, falando coisas inapropriadas ou não encerrando ciclos”, afirma a analista de licitação. Após sofrer com relacionamentos cheios de comparações e dores, ela recorreu à terapia, e hoje entende o lugar que ocupa.

Vítima de perfis fakes que o ex-namorado criou nas redes sociais, a publicitária Chris Menezes, de 55 anos, teve muitas experiências no passado. No início da relação, o namorado agia como se fosse seu “dono”.

Por ter saído com mais pessoas do que ele, que havia sido casado, o fato era visto como um grande problema. “Me sentia culpada pelas minhas experiências”, desabafa. No ambiente on-line, ele vigiava as interações que ela tinha com outros homens.

“Uma vez, estava na casa dele e recebi um telefonema. Precisei fazer uma anotação e peguei um caderno qualquer. Naquelas páginas, descobri que ele anotava os nomes dos caras com quem eu falava e interagia nas redes: amigos, ex, qualquer homem.” Depois de dois anos, enfim, conseguiu colocar um ponto final na história.

Pra quem se identifica com os relatos, buscar ajuda profissional é importante para se fortalecer. “Para quem sofre com o problema, é comum ter um comportamento obsessivo, com pensamentos intrusivos e potencial de causar constrangimentos, sensação de invasão e perda do controle”, diz Adriana Mendonça, psicóloga especialista em casais e família.

“Compreender as razões psicológicas do problema por meio de terapia é muito importante”, pontua. Sendo assim, nenhum fantasma deve assombrar um relacionamento.

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp