Coronavírus

Fiocruz diz que jovens apresentam mais chances de desenvolverem síndromes pós-Covid e forma grave da doença

Rovena Rosa/Agência Brasil
A constatação dos pesquisadores foi divulgada em um artigo na The Lancet   |   Bnews - Divulgação Rovena Rosa/Agência Brasil

Publicado em 16/07/2021, às 20h55   Redação BNews


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Pesquisadores do Observatório da Fiocruz Covid-19 afirmaram que os jovens que se infectaram com a Covid-19 estão apresentando maiores chances de desenvolverem a forma grave da doença. Os cientistas explicam que essa faixa etária ainda pode ser afetada por períodos longos de internações ou síndromes pós-Covid.

A constatação dos pesquisadores foi divulgada em um artigo na The Lancet com o título "Younger Brazilians hit by COVID-19 – What are the implications?" ("Brasileiros mais jovens atingidos pela Covid-19: quais são as implicações?", em tradução livre). 

Segundo a CNN, em janeiro de 2021, a média de idade dos pacientes que tinham mais chances de desenvolver a forma grave da doença era 66 anos. No mês de junho do mesmo ano, a média passou a ser de 51 anos. O doutor Daniel Villela, um dos pesquisadores do estudo, afirma que "no início do ano, mais de 50% dos casos eram graves e tínhamos mais pessoas acima de 60 anos. Agora já é o contrário: mais da metade dos casos de internação são de pessoas com menos de 60 anos. A vacinação começou com a priorização dos mais idosos e a população economicamente ativa ficou mais exposta ao vírus”, explicou Villela.  

O estudo afirma que, além do fator de prioridade de vacinação para os idosos, o surgimento de variantes no Brasil e a baixa oferta de auxílio emergencial para as pessoas mais pobres causaram mais contaminações com a doença por parte dos jovens, já que mais pessoas precisaram sair de casa para trabalhar. 

O pesquisador da Fiocruz afirma, no entanto, que a situação pode ser contornada com a imunização desse público.“Tendo mais casos em pessoas mais jovens, a maioria se recupera, mesmo em casos graves. Em outros países temos observado que com a entrada de variantes, como a Delta, o número de casos até aumentou, mas o número de óbitos não, por conta da vacinação. Mesmo com essa redução, o nível de transmissão no Brasil ainda é muito alto. Ainda é preciso fortalecer o sistema hospitalar e manter as medidas de prevenção. A gente espera um número menor de óbitos, mesmo com uma quantidade alta de casos”, contou o pesquisador. 

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