Coronavírus

Ministério da Saúde deve desistir da 2ª dose da Janssen no esquema primário

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 25/11/2021, às 06h40   Folhapress


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O Ministério da Saúde deve recuar na decisão de aplicar uma segunda dose da vacina da Janssen como parte do esquema primário. A pasta deve adotar apenas a dose de reforço para quem tomou o produto contra a Covid.

A vacina da Janssen é a única aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em dose única. As vacinas da Pfizer, Coronavac e AstraZeneca precisam de duas doses para o esquema primário completo.

Segundo membros da pasta ouvidos pela reportagem, a recomendação será de que essa dose de reforço seja aplicada de dois a cinco meses depois da dose única.

Ainda será analisada a possibilidade de uma terceira dose após a aplicação das duas doses. Isso porque ainda há estudos em andamento sobre a necessidade ou não dessa aplicação extra.

Em coletiva de imprensa na terça-feira (16), o Ministério da Saúde havia anunciado, porém, que a segunda dose da Janssen deveria ser aplicada dois meses após a primeira na população adulta.

Já a dose de reforço, conforme dito na terça, deveria ser usada após cinco meses do esquema primário completo. A recomendação era que fosse feita com um imunizante diferente, preferencialmente o da Pfizer.

"No início a recomendação é que ela fosse de dose única. Hoje nós sabemos que é necessário essa proteção adicional. Esses que tomaram a vacina da Janssen vão tomar a segunda dose do mesmo imunizante. E como nós temos quantitativo não vai ser um esforço muito grande", disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na ocasião.

"A sequência é: completou cinco meses da segunda dose, receberá uma dose de reforço preferencialmente com uma vacina diferente, heteróloga [...] A Janssen também requer duas doses para a vacinação primária. As evidências científicas vão sendo construídas com o tempo", continuou.

A pasta foi procurada para comentar o recuo, mas não respondeu aos questionamentos até a publicação do texto.

O anúncio da aplicação da segunda dose e da dose de reforço da vacina da Janssen para a Covid-19 feito no dia 16 pegou de surpresa gestores de saúde, a Anvisa e até o laboratório produtor da vacina de surpresa.

Dois dias depois, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou dados ao Ministério da Saúde sobre a decisão de passar a aplicar a vacina da Janssen em duas doses no esquema primário.

Na data, a agência reguladora também pediu explicações sobre a decisão de liberar a dose de reforço da vacinação contra Covid-19 a todos adultos. Para a Anvisa, o Ministério da Saúde respondeu que o reforço da vacina da Janssen deve ser aplicado com o mesmo imunizante.

"Como vislumbrado, a estratégia para as doses de reforço é preferencialmente da plataforma RNA mensageiro ou, alternativamente, vacina de vetor viral. Assim, recomendamos o esquema homólogo para os imunizantes da Pfizer e Janssen e heterólogo para os demais, orientação já consolidada nas Notas Técnicas anteriores que trataram da dose de reforço para população acima de 60 anos e trabalhadores da saúde", mostra ofício da pasta a que a reportagem teve acesso.

Em pedido enviado à Anvisa no último sábado (20), a Janssen solicitou a manutenção do ciclo básico de dose única e a aplicação do mesmo produto no reforço.

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