Saúde

Estudo aponta que composto presente no limão e na laranja ajuda a controlar o peso

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Estudo foi feito com camundongos durante seis semanas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Freepik

Publicado em 02/05/2023, às 17h45   Cadastrado por Bernardo Rego


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Um estudo feito por pesquisadores do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) da Fapesp, sediado na Universidade de São Paulo (USP), aponta que uma substância abundante em frutas cítricas — chamada de limoneno — é capaz de reduzir o ganho de peso. Os cientistas identificaram também novas moléculas que atuam no organismo associadas ao composto. As informações são da Agência Fapesp.

O limoneno faz parte da classe dos monoterpenos, que são compostos orgânicos bioativos com diversos efeitos benéficos já descritos pela ciência: antimicrobiano, antitumoral, cicatrizante, antioxidante, analgésico, dentre outros. O efeito do controle do peso foi observado em camundongos, a partir de um estudo coordenado por Jarlei Fiamoncini, professor do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.


Durante seis semanas, dois grupos de animais receberam diariamente uma ração com elevada quantidade de gordura, o suficiente para que se tornassem obesos. Na ração, os pesquisadores adicionaram diferentes doses de limoneno.

Um grupo recebeu doses baixas do composto, que correspondiam a 0,1% da ração diária; e outro, doses altas, equivalentes a 0,8% da ração diária. Para efeito de comparação, um terceiro grupo foi alimentado com a mesma ração gordurosa, mas sem o composto, enquanto um quarto recebeu dieta isocalórica, ou seja, moderada em gordura e carboidrato.


Ao final desse período, os animais alimentados com dieta isocalórica não ganharam peso, enquanto aqueles que receberam apenas ração gordurosa ganharam cerca de 7 gramas (g). Os camundongos que receberam ração gordurosa com doses elevadas de limoneno ganharam aproximadamente 25% menos peso (em comparação aos alimentados apenas com ração gordurosa), enquanto os que receberam baixas doses, 30% menos.


De acordo com José Fernando Rinaldi Alvarenga, pesquisador colaborador do FoRC, primeiro autor do estudo, uma das hipóteses que explicam esses resultados é a ação do limoneno sobre a microbiota intestinal dos animais. "Quando consumido, o limoneno, além de ser absorvido pelo organismo, poderia estar agindo na modulação da microbiota. Entretanto, em altas concentrações, pode ter eliminado as bactérias benéficas da microbiota intestinal, diminuindo assim os benefícios relacionados à redução do ganho de peso", disse o pesquisador em entrevista à Agência Fapesp.


Por meio da análise da urina desses animais foi possível identificar essas moléculas, sendo que algumas delas nunca haviam sido descritas na literatura científica. "Encontramos alguns metabólitos já identificados e outras moléculas que ainda não conhecíamos. No futuro, poderemos estudar essas novas moléculas para avaliar os potenciais benefícios. Isso é importante porque, além de possivelmente identificarmos esses benefícios, pode ser que outros efeitos já conhecidos, como o controle da glicemia e a modulação da microbiota, sejam em parte propiciados também pelos monoterpenos", detalhou o pesquisador.

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