Mulher que usou pomada modeladora de cabelo afirma que ‘visão não voltou 100%’

A comercialização de uma pomada modeladora de cabelos foi suspensa pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em virtude de queimaduras nas córneas e até cegueira temporária em mais de 700 pessoas.

Com a proximidade do Carnaval, as vendas do produto, que ajudam a manter o penteado firme, cresceram e os acidentes também. Em contato com o suor ou a chuva, a pomada pode escorrer pelo rosto e provocar lesões na córnea.

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A manicure e designer de sobrancelha, Josiane Reis de Souza, viveu essa situação há quase um ano e até hoje sofre com as consequências. “No momento que eu mergulhei e saí da piscina, eu já tive a minha visão toda embaçada, toda nebulosa, como se eu estivesse dentro de uma fumaça. Minha visão não voltou a ser 100% do que era. Quando vou olhar ao longe, ler alguma palavra longe, embaça. Sinto um pouco de sensibilidade ainda”, detalhou.

“Essas pomadas causam um trauma grave, muita dor. Podem desencadear um quadro de olho seco, de inflamação mais prolongada. Nos mais graves, pode levar a acometimento de células da córnea que não se regeneram, e o paciente no futuro precisar de um transplante, por exemplo, para conseguir enxergar”, pontuou a oftalmologista Camila Moraes.

Os primeiros casos foram registrados em março de 2022, no Rio de Janeiro, e somente do fim de dezembro para cá, os hospitais cariocas registraram quase 500 atendimentos desse tipo. “Analisando o rótulo de cada uma delas, pude perceber que existem alguns componentes de toxicidade, como o polietilenoglicol, o EDTA, o ácido cítrico, o MCI, dentre outros. Esses produtos químicos têm a capacidade de abrasão da córnea e até desenvolvimento de úlceras, além da conjuntivite química”, diz Ana Cecília Carvalho, oftalmologista. As informações são do Fantástico.