Saúde

SP lança programa com tratamento que modifica células para tratar câncer

Ilustrativa/ Butantan
O programa conta com dois novos centros, localizados na capital e em Ribeirão Preto, no interior do estado  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa/ Butantan

Publicado em 16/06/2022, às 11h26   FolhaPress


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Um programa para tratamento de câncer baseado em tecnologia celular foi lançado em São Paulo nesta terça (14). Estima-se que sejam atendidos até 300 pacientes por ano. Chamado de programa estadual de terapias avançadas, celular e gênica para o tratamento de doenças oncológicas e genéticas, o projeto é fruto de estudo que vem sendo desenvolvido entre o Instituto Butantan, a USP (Universidade de São Paulo) e o Hemocentro de Ribeirão Preto.

O programa conta com dois novos centros, localizados na capital e em Ribeirão Preto, no interior do estado. É nessas instituições que a terapia celular será produzida para tratamento de leucemias e linfomas -espera-se que no futuro outros cânceres possam ser tratados.

"Estamos falando da possibilidade de cura [...] de algumas dessas doenças. Isso é de grande importância e, acredito eu, será o tratamento do futuro", afirmou Dimas Covas, presidente do Butantan e coordenador do estudo.

O projeto faz parte da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo, criada em maio pelo governador Rodrigo Garcia e comandada pelo infectologista David Uip.
Um dos objetivos do programa é reduzir os altos custos envolvidos nesse tipo de tratamento -segundo o governo estadual, os valores podem chegar a US$ 500 mil por aplicação em cada paciente. Nos centros, espera-se que ocorram os principais processos da terapia, como produção, desenvolvimento, armazenamento e aplicação.

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"Esse tratamento, além do fato de ser inovador e curador, ele com o tempo vai ser acessível", disse Uip.
A terapia, chamada de CAR-T, consiste em reprogramar linfócitos T, que são células do sistema imunológico, para combater as células malignas do câncer.

Para isso, as células do sistema imune são retiradas do paciente, modificadas geneticamente e estimuladas por meio de um reagente. Então, os linfócitos são injetados em um vetor viral que não causa doenças, mas que se liga a células tumorais.

Segundo o governo estadual, pacientes já passaram pela terapia e tiveram resultados positivos, inclusive de cura. No entanto, esses foram casos em regimes compassivos, ou seja, ação feita por decisão médica quando o câncer está em estágio avançado e sem outra alternativa de tratamento.

A expectativa é que o projeto possa fortalecer uma possível regularização desse tratamento. No final de fevereiro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o primeiro registro sanitário no Brasil de uma terapia gênica com células CAR-T.

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