Saúde

Superbactérias transmitidas por porcos a seres humanos são resistentes a antibióticos, aponta estudo

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Pesquisa aumenta especulações de que o uso intensivo de antibióticos em fazendas está facilitando a disseminação desses micróbios  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Governo Federal

Publicado em 25/04/2022, às 16h42   Redação BNews


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Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Copenhagen, e do Statens Serum Institute, na Dinamarca, aponta que porcos podem espalhar superbactérias resistentes a antibióticos aos seres humanos. Os resultados da pesquisa aumentam as especulações de que o uso intensivo de antibióticos em fazendas esteja facilitando a disseminação de micróbios resistentes a este tipo de medicamento.

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Considerada uma das maiores ameaças de resistência a antibióticos do mundo, a superbactéria Clostridioides difficile foi utilizada no estudo. Os resultados da pesquisa foram apresentados neste domingo (24), pelos autores Semeh Bejaoui e Dorte Frees, da Universidade de Copenhagen, e Soren Persson, do Statens Serum Institute da Dinamarca, durante o Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, em Lisboa.


“A nossa descoberta indica que o C difficile é um reservatório de genes de resistência antimicrobiana que podem ser trocados entre animais e humanos. Esta descoberta alarmante sugere que a resistência aos antibióticos pode se espalhar mais amplamente do que se pensava anteriormente e confirma os elos na cadeia de resistência que leva de animais de fazenda a humanos”, relatou Bejaoui, ao jornal britânico "The Guardian".

Além disso, foi identificado que a bactéria utilizada como base no estudo é capaz de infectar o intestino humano e é resistente a quase todos os antibióticos em uso atualmente, sendo resistente a apenas três deles. Os pesquisadores também apontam que algumas cepas da Clostridioides difficile contêm genes que lhes permitem produzir toxinas causadoras de inflamação intestinal e diarreia. Idosos e pacientes hospitalizados são os principais alvos propícios a apresentarem esses sintomas, e podem até mesmo chegar à morte.

Nos Estados Unidos da América (EUA), a bactéria transmitida pelos porcos, que também é considerada uma das maiores ameaças de resistência a antibióticos em países desenvolvidos, causou cerca de 223.900 infecções e 12.800 mortes em 2017. Na época, o sistema de saúde do país gastou mais de US$ 1 bilhão.

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