Justiça

Zara fecha acordo para indenizar jovem negro vítima de racismo em shopping da Bahia

Loja da Zara - Divulgação
Caso aconteceu no final de dezembro de 2021, na loja Zara do Shopping da Bahia  |   Bnews - Divulgação Loja da Zara - Divulgação

Publicado em 25/04/2022, às 16h12 - Atualizado às 16h46   Redação BNews


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Três meses após terem sido acusados de injúria racial, a varejista de roupas Zara e o Shopping da Bahia, em Salvador, fecharam um acordo extrajudicial com o estudante Luiz Fernandes Júnior, de 28 anos, para que ele não leve um processo judicial adiante.

Nascido em Guiné-Bissau, morador de São Franciso do Conde e negro, Fernandes registrou boletim de ocorrência policial depois de ser discriminado por uma atendente da loja e por um segurança do centro de compras no dia 28 de dezembro do ano passado. Ele foi acusado de ter furtado uma mochila que havia acabado de comprar por R$ 329.

Ao portal UOL, o advogado da vítima, Thiago Thobias, afirmou que o termo de confidencialidade do acordo, celebrado no dia 7 de abril, não permite que as partes revelem o valor da indenização. À época do fato, o representante declarou que pediria R$ 1 milhão às empresas acusadas a título de "indenização civilizatória".

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Após o ocorrido, o estudante de mestrado da Unilab (Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) foi avaliado pelo psiquiatra Lucas Mendes de Oliveira.

O relatório médico constata que a vítima sofre de uma "síndrome depressiva atípica com sinais de estresse pós-traumatico", com "sintomas de síndrome depressiva, com importante componente de desatenção, desesperança e desvalia, considerando desistir de suas atividades acadêmicas e laborais", além de "insônia inicial grave, pensamento ruminativo com a sensação de revivência do episódio traumático, evitação de ambientes que rememorassem o evento (shopping ou lojas similares), prejuízo na memória, inapetência com perda de peso".

Como parte do acordo, Luiz Fernandez Júnior se compromete a cessar qualquer ação individual contra a Zara e o Shopping da Bahia. As duas empresas, porém, continuam respondendo na esfera cível a uma ação coletiva proposta pela Educafro.

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