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Ausência de fiscalização sanitária coloca em risco a saúde de turistas em Morro de São Paulo

Alex Oliveira/ Setur/ Divulgação
A Prefeitura de Cairu afirma que o governo anterior deixou, em matéria de organização, “um déficit significativo que vem sendo sanado ao longo desses seis meses”  |   Bnews - Divulgação Alex Oliveira/ Setur/ Divulgação

Publicado em 12/06/2021, às 18h08   Márcia Guimarães


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O empresário de Porto Alegre Rodrigo Lopes esteve, no último mês de maio, em Morro de São Paulo com a esposa e amigos pela primeira vez. A ideia era aproveitar o paraíso baiano por sete dias, mas eles tiveram que interromper a viagem com apenas quatro dias após passarem muito mal devido a uma comida que consumiram em um ambulante.

“Eu e a minha esposa comemos um churrasquinho com pão que compramos em um ambulante na Segunda Praia. Como o sabor estava meio diferente, eu falei para ele, mas ele disse que era o tempero local. Logo depois, tivemos diarreia, vômitos e um mal estar geral. Meu primo e a esposa também passaram mal, pois comeram no mesmo ambulante. Preocupados com a nossa saúde, decidimos ir para Salvador para ter assistência em caso de necessidade”, contou Lopes. 

Ele explica que leva a experiência como aprendizado, pois queria ajudar os trabalhadores autônomos em tempos de pandemia e incerteza econômica, mas não voltará a consumir nada fora de hotéis e restaurantes devidamente inspecionados. “Pagamos a pousada por uma semana, mas ficamos apenas quatro dias. Só que com saúde não se contabiliza prejuízo”, destacou o empresário. Ele garante que, mesmo com esse episódio ruim, pretende voltar e aproveitar Morro de São Paulo em uma nova oportunidade.

Um dono de hotel que prefere não se identificar por medo de represálias disse ao BNews que a Prefeitura de Cairu não realiza fiscalizações sanitárias ou organiza os ambulantes. “Eles [ambulantes] fazem o que querem na praia, andam com cardápios de cozinhas que ninguém sabe onde ficam. A minha é vistoriada pela Vigilância Sanitária, mas e a deles? Essa situação prejudica a saúde, o turismo e a economia local, espanta os turistas. É um caso que precisa da polícia e da prefeitura atuando”, reclamou o empresário.

A Associação Comercial e Empresarial de Cairu (ACEC) defende que exista uma ordenação dos ambulantes e dos empresários quanto ao uso do espaço público. Além disso, ressalta que, qualquer venda de alimento sem as condições mínimas de higiene sanitárias exigidas, deve ser coibida pelas autoridades responsáveis.

Procurada pelo BNews, a prefeitura de Cairu alegou que, desde o início da atual gestão, tem atuado no ordenamento dos ambulantes e dos demais serviços ofertados no Arquipélago. Contudo, apontou que o governo anterior deixou, em matéria de organização, “um déficit significativo que vem sendo sanado ao longo desses seis meses”.

“A dificuldade é grande, uma vez que a crise da pandemia impede a implantação de todas as medidas necessárias. É importante citar que a equipe de Vigilância Sanitária do município segue atuando no cumprimento das normas de restrição à disseminação da COVID-19, bem como no cumprimento das demais normas sanitárias, inclusive nos serviços dos bares e restaurantes e dos ambulantes”, afirmou a gestão. 

A prefeitura acrescentou que a Secretaria de Saúde tem promovido campanha de conscientização e orientação, fiscalização dos decretos sanitários, além da distribuição de máscaras. “Estamos vacinando a população, fazendo a busca ativa nos bairros, inclusive cumprindo todas as metas, como também estamos acima da média brasileira. Nossa unidade de saúde conta com médico e equipe de emergência 24 horas, além de todo o apoio logístico que o paciente pode necessitar. Podemos citar que foi realizado o recadastramento dos ambulantes. Uma outra ação importante, que está em vias de implantação, é o encerramento dos lixões a céu aberto em todas as ilhas. Assim, estamos trabalhando para avançar em organização e oferta de serviços de qualidade no Arquipélago”, finalizou. 

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