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Presidente da Embratur afirma que crise na Argentina é ruim para turismo brasileiro

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Número de turistas argentinos no Brasil caiu mais de 65% de 2017 a 2020  |   Bnews - Divulgação Divulgação / belensilva - Pixabay

Publicado em 20/07/2022, às 13h40 - Atualizado às 14h20   Redação BNews


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Os problemas econômicos que a Argentina enfrenta têm um impacto direto no setor de turismo do Brasil, já que quase 35% dos turistas estrangeiros que visitam o país são argentinos, afirmou o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Silvio Nascimento, à CNN.

Em junho, a inflação na Argentina atingiu 64% em um período de 12 meses. Foi o maior aumento geral de preços em 30 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país.

Diante deste cenário, quase 40% dos argentinos estão vivendo em situação de pobreza. Outro fator com efeito sobre as viagens internacionais é a taxa cambial. Atualmente, R$ 1 vale mais de 20 pesos argentinos.

"O turismo brasileiro sofre muito com os problemas na Argentina, pois lá existe uma recessão econômica e o número de argentinos que visitavam o Brasil está despencando", disse.

"Mas estamos avançando gradualmente para buscar novos mercados em busca de substituição", destacou Silvio Nascimento.

De acordo com dados do Ministério do Turismo, após um pico em 2017 o número de turistas argentinos no Brasil vem caindo:

2014 – 1,7 milhão
2015 – 2 milhões
2016 – 2,2 milhões
2017 – 2,6 milhões
2018 – 2,4 milhões
2019 – 1,9 milhão
2020 – 887,8 mil

Em busca de compensar a queda de mais de 65% dos argentinos, a Embratur busca novos mercados pouco explorados, como os da Colômbia e países da América Central.

Segundo a agência, a estratégia tem dado certo. Por exemplo, a companhia aérea de baixo custo colombiana VIVA AIR iniciou suas operações no Brasil com três voos semanais entre Medellín e São Paulo, com uma oferta de 564 assentos.

Para a Embratur, essa entrada demonstra que o Brasil tem se reposicionado no turismo internacional.

"Sempre investimos muito na Argentina, mas depois de toda a crise vivida por lá, estamos buscando outros mercados. E estamos nos saindo muito bem", afirmou o presidente da Embratur.

"Mantivemos nossas posições em locais que já trabalhávamos bem, como os Estados Unidos, e fomos atrás de outros locais como Colômbia e países da América Central. Nossa expectativa para o futuro é muito boa no quesito turismo brasileiro", pontuou.

Nos primeiros cinco meses de 2022, mais de um milhão de turistas internacionais visitaram o Brasil. A meta é dobrar esse número até o final do ano.

Segundo Silvio Nascimento, a demanda de estrangeiros saltou 680% nos primeiros seis meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o país não está nem perto dos 6 milhões anuais de visitantes estrangeiros, patamar anterior à pandemia.

De acordo com a Administração Nacional de Aviação Civil (Anac), a recuperação da indústria do turismo se manifesta no número de voos mensais, que chegou a 3.547 em maio, 312% acima do mesmo período de 2021.

De janeiro a maio, foram criados ou retomados 84 voos, além de 36 frequências adicionais que entraram em operação. Até fevereiro de 2023, estão previstos 122 voos a mais vindos de 17 países e 48 frequências adicionais.

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