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‘O WhatsApp não é seguro nem privado’, acusa presidente de app de mensagem que promete privacidade total

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Segundo a especialista, aplicativos como WhatsApp dão uma falsa impressão de privacidade  |   Bnews - Divulgação Heiko por Pixabay

Publicado em 04/11/2022, às 06h32   Redação


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A americana Meredith Whittaker, que assumiu a presidência do Signal — o aplicativo de mensagens que faz da criptografia inegociável seu modelo de negócio —, afirmou que aplicativos como WhatsApp dão uma falsa impressão de privacidade. Em entrevista ao jornal O Globo, a especialista em inteligência artificial explicou quais riscos uma democracia como a brasileira corre ao usar o WhatsApp de maneira tão disseminada.

“O WhatsApp não pode ser considerado seguro nem privado porque ele tem muitos dados sobre quem fala com quem e quem são os usuários, podendo ser forçado a entregar essa informação. O Signal também recebe intimações de governos e Estados, mas nós simplesmente não temos os dados. E nós divulgamos quando recebemos uma intimação e quão poucos dados nós conseguimos disponibilizar”, disse.

Segundo Meredith, que esteve por mais de uma década na Google, o Facebook pode mudar de ideia a qualquer momento e resolver compartilhar dados dos usuários com “um incentivo financeiro”.

“Usar o WhatsApp é confiar no Facebook. Como vimos com as mudanças nos seus termos de uso, o Facebook pode mudar de ideia a qualquer momento. Ele pode acabar com a criptografia, pode decidir usar todos os seus dados em todos os aplicativos da Meta. Tudo isso formaria um dossiê que faria as autoridades salivarem. E o Facebook tem um incentivo financeiro para fazer isso. O perigo então nem sempre está no presente, mas no futuro. Você está confiando que o Facebook agirá de maneira responsável, mas ele tem um péssimo histórico”, disse.

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