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União Brasil é disputado por siglas da terceira via em sete estados, inclusive Bahia; veja cenários

Foto: Toninho Barbosa/DEM
União Brasil está 'sozinho' na disputa pelo planalto, com candidatura de Luciano Bivar  |   Bnews - Divulgação Foto: Toninho Barbosa/DEM

Publicado em 08/05/2022, às 16h43 - Atualizado às 16h45   Redação



Fundamental. É assim que os partidos da terceira via enxergam o União Brasil - partido com maior bancada do país e, consequentemente, o maior fundo eleitoral disponível para o próximo pleito, com cerca de R$900 milhões.

Isso faz o partido de políticos como pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto, ser visto como um aliado-chave para tornar competitivas candidaturas estaduais - principalmente para aquelas que tentam se desvincular do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em pelo menos sete estados, o União Brasil é cortejado por partidos da terceira via para alianças - incluindo a Bahia, mesmo com o UB como cabeça de chapa na eleição majoritária.

Na Bahia, partidos como o PSDB de João Doria e o PDT de Ciro Gomes são aliados de ACM Neto no pleito local. Esses partidos tentaram emplacar nomes na candidatura para o Senado e vice na chapa de Neto. O Senado ficou com o PP do vice-governador João Leão, enquanto a vice ainda está aberta. Nome do PDT, Felix Mendonça Jr. se colocou à disposição para ser vice, mas não acredita que emplaque.

Já no caso do PSDB, Adolfo Viana chegou a ter aproximações com Neto e também se colocou ao dispor do ex-prefeito da capital, mas foi outro a não ver grandes possibilidades de avanço. A tendência é que um nome do Republicanos fique com a vaga de vice.

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Em Alagoas, numa construção que envolveu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o União abrigou a pré-candidatura do senador Rodrigo Cunha ao governo estadual.

Cunha tem o apoio de Lira, mas diz que não fará campanha aliada nem a Lula, nem mesmo a Bolsonaro. No Estado, Lula é apoiado pelo senador Renan Calheiros (MDB). Já o presidente Bolsonaro tem no nome do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB) o seu correligionário.

Collor ainda não definiu se concorre ao governo ou senado.Para assegurar a presença na aliança do PSDB, partido do qual Cunha se desfiliou, a deputada estadual Jó Pereira, prima de Lira, migrou para o partido. Jó Pereira é cotada como vice na chapa ao governo. Cunha também tem o apoio do PDT, do vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa, que pode concorrer ao Senado.

O cenário da Bahia é bem semelhante ao registrado em Goiás, onde Ronaldo Caiado (União Brasil) é o pré-candidato do partido para a eleição de governador. A diferença é que ele deve ter um nome do MDB na vice - bem diferente da Bahia e em Alagoas, onde o MDB está aliado ao PT. Ainda em Goiás, o PSD deve ficar com vaga ao Senado e a chapa tem apoios do Podemos e PDT, que estão preocupados com nominatas para Assembleia e Câmara dos Deputados.

Já no Distrito Federal e em estados como Minas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ocorre o movimento inverso: lideranças de partidos não coligados a Lula ou Bolsonaro buscam apoio de candidatos do União.

Em Minas, a base do governador Romeu Zema (Novo) inclui o partido, que espera indicar o vice em sua chapa, e também siglas como Podemos e PSDB. Embora o Novo tenha apontado que permitirá pela primeira vez coligações, aliados de Zema vêm apontando há meses problemas na articulação política da sigla, que fica a cargo do ex-secretário estadual de Governo Mateus Simões.

O PSDB, incentivado pelo deputado federal e ex-governador Aécio Neves, sinalizou na última semana um rompimento com Zema. O diretório tucano avalia lançar ao governo o ex-deputado Marcus Pestana, aliado de Aécio, e busca agora atrair o União, de olho nos recursos da sigla.

A cúpula mineira do União é próxima ainda ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que antes de migrar para o PSD presidia o diretório estadual do partido. O PSD lançará o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil ao governo.

No DF, o senador Reguffe (União) estuda concorrer ao governo, mas já foi sondado por outros pré-candidatos, os também senadores Izalci Lucas (PSDB) e Leila Barros (PDT), que buscam seu apoio para disputar o Executivo. Ambos acenam a Reguffe com a vaga para tentar a reeleição ao Senado, disputa considerada mais “aberta”. 

Nas pesquisas analisadas pelas campanhas, o atual governador Ibaneis Rocha (MDB) lidera a corrida pela reeleição, em um palanque alinhado a Bolsonaro.

No Sul do país, os obstáculos para uma aliança com o União envolvem espaço na chapa. O ex-governador catarinense Raimundo Colombo (PSD) foi lançado como postulante ao Executivo em um diálogo com o ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (União), que não abre mão de disputar o governo. Na órbita do palanque de Loureiro, há ainda o MDB.

No Rio Grande do Sul, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) foi aconselhado por aliados a retornar à disputa eleitoral para unificar sua base, que tem ainda MDB e PSD. O União, por sua vez, também aliado a Leite, filiou o ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati para pleitear um cargo majoritário, e pode dividir ou deixar a base tucana caso não receba espaço.

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