Justiça

Defesa de presidente da OAB por declaração sobre Moro gera divergência dentro da Ordem

Técio Lins e Silva renunciou ao cargo de procurador nacional de defesa das prerrogativas após não sido acionado na denúncia do MPF  |  Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 08/01/2020, às 09h42   Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil   Redação BNews

O advogado criminalista Técio Lins e Silva enviou uma carta ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz, comunicando seu desligamento do cargo de procurador nacional de defesa das prerrogativas dos advogados.

As informações são da coluna Estadão, do jornal Estado de São Paulo, desta quarta-feira (8). Na epístola, Lins e Silva demonstrou insatisfação por não ter sido acionado na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Santa Cruz, por declarações dele sobre o ministro da Justiça, Sérgio Moro

“Se a procuradoria não serve para a defesa das prerrogativas de seu presidente, é óbvio que o exemplo seguido não me anima a fingir que lá estamos para a defesa da classe”, escreveu. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro é responsável pela defesa de Santa Cruz no caso.

Lins e Silva, um dos defensores mais respeitados do país, também argumentou que queria maior autonomia para atuar nos tribunais superiores e para realizar nomeações. 

Ele cita o indeferimento de uma indicação que fez para ocupar um cargo na Ordem, que fora vetado “sem direito de defesa”. Provocado pela publicação, Santa Cruz lamentou a decisão de Técio. “É um líder que admiro. Sinto muito que não permaneça”, afirmou.

Técio Lins e Silva construiu sua reputação na advocacia durante o regime cívico-militar brasileiro, contexto no qual defendia o direito de presos políticos. 

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