Justiça

PF intima filho mais novo de Bolsonaro em investigação que apura pagamento de propina por funcionários

Depoimento do filho do presidente deve ocorrer ainda essa semana  |  Reprodução

Publicado em 14/12/2021, às 20h57   Reprodução   Redação

A Polícia Federal (PF) intimou Jair Renan, filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, para prestar depoimento, ainda esta semana, em um inquérito da PF que investiga o suposto pagamento de propina por empresários com interesses na administração pública.

Essa investigação está sob a responsabilidade da Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal e já obteve documentos que apontam a associação de Jair Renan com outras pessoas "no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários".

Outras pessoas que também estão sendo investigadas devem ser ouvidos nesta semana, já que o inquérito, segundo fontes, está em fase final. Uma vez concluída a investigação, a PF elaborará o relatório final com a conclusão da apuração, indicando se houve a prática de crime por parte do filho mais novo do presidente.

A PF tem apurado suspeitas do envolvimento do filho do presidente, por meio da empresa de eventos dele, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho e a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção.

Esse grupo tem interesses junto ao governo federal e presentou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico, cujo valor gira em torno de R$ 90 mil. Um mês após essa doação, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado, se reuniram com Rogério Marinho. De acordo com a pasta comandada pelo ministro, o encontro, que também teve a participação de Jair Renan, foi marcado a pedido de um assessor especial da Presidência.

O advogado de Jair Renan, Frederick Wassef, afirmou que não comentaria sobre a intimação porque o inquérito corre em segredo de justiça. Entretanto, apontou que seu cliente não cometeu nenhuma irregularidade e atribuiu a abertura do inquérito a uma suposta "perseguição da esquerda".

“ As investigações ainda estão em curso, e o inquérito tramita em segredo, portanto eu não posso falar absolutamente nada do inquérito. O que eu posso afirmar é que Jair Renan jamais ganhou qualquer carro que seja, e jamais praticou qualquer ato irregular ou ilícito. Trata-se de uma investigação instaurada por manifestação e requerimento de parlamentar de esquerda”, afirmou.

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