Direto de Brasília
Publicado em 18/09/2021, às 15h21 Victor Pinto / BNews Victor Pinto, de Brasília*
Na reta final, cujo relatório deve ser apresentado na próxima semana, a CPI da Pandemia, para o senador baiano Jaques Wagner (PT) conseguiu achar o fio da meada no meio do caminho, principalmente após as denúncias de possível corrupção no contrato do governo federal para aquisição da vacina indiana Covaxsim.
O petista foi contrário a instalação da comissão, pois acreditava que o clima instável no País não precisaria do instrumento investigativo no primeiro momento. Tanto que o petista não assinou a lista de nomes de senadores necessária para abertura da CPI e também não participou de nenhuma sessão ao longo dos último meses.
“Todos os depoimentos comprovaram que ele [Bolsonaro] não tinha um mínimo de sensibilidade sobre o caso. Mas não era uma bomba, posso dizer assim. Era dizer: olha, porque não comprou, porque não quis comprar e foi aquilo tudo. Mas depois que teve o episódio do irmão do deputado federal e do deputado federal [Luiz Miranda] que aí virou caso de polícia, corrupção, ela passou a cumprir outro papel”, disse em entrevista ao BNews na última semana.
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“Um desgaste muito maior para ele, no governo dele [Bolsonaro]. Foi quase uma delação, ganhou gasolina, virou caso de polícia uma vez que envolve o entorno todo do presidente, inclusive o filho dele. Então ela cumpre um papel de desgaste, tendo que esperar o relatório que no final vai ser emitido ao ministério público a depender da instância, a depender de quem é. Eu acho que serviu para esclarecer para boa parte da opinião pública toda essa panaceia”, completou.
Diferente de Wagner, quem teve atuação ativa e decisiva desde o início dos trabalhos foi o senador Otto Alencar (PSD). O médico ortopedista protagonizou momentos importantes no embate com autoridades defensoras do tratamento precoce contra o coronavírus e também dos aliados do presidente Jair Bolsonaro.
O senador Renan Calheiros (MDB), relator, deve entregar o relatório final da CPI até quinta-feira (23), conforme relatos dos próprios senadores nas últimas sessões.
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*Editor de Política do BNews está em Brasília para a cobertura da CPI da Pandemia