Economia & Mercado

Microcrédito pode ser a chave para Brasil se manter na dianteira da agricultura mundial

Expectativa é de que o Brasil seja responsável por 40% da produção agrícola mundial em 30 anos  |  Divulgação / Pixabay

Publicado em 28/11/2023, às 09h46   Divulgação / Pixabay   Cadastrado por Verônica Macêdo

Microcrédito pode ser a chave para Brasil se manter na dianteira da agricultura mundial. Expectativa é de que o Brasil seja responsável por 40% da produção agrícola mundial em 30 anos. 

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp.

Brasil é reconhecido e admirado mundialmente por seu potencial na área da agricultura, principalmente por países como Angola, que possui uma caatinga similar a nossa. Por possuir terras férteis, clima favorável e uma biodiversidade ampla, o nosso país é um dos maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas do mundo.

Além disso, a crescente adoção de tecnologias modernas, como a agricultura de precisão e a biotecnologia, por exemplo, têm impulsionado a produtividade e a eficiência no setor. Mesmo com estes avanços, o país ainda não atingiu nem metade de sua capacidade de produção agrícola, esclarece Phillippe Rubini, sócio, CIO e Corporate Affairs do Grupo Fictor.

Ele salienta que a tecnologia agrícola no Brasil avançou rapidamente, superando os desafios climáticos associados à tropicalidade do país e à predominância da caatinga em grande parte de nosso território.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) realizou estudos para enfrentar esses imprevistos, resultando em descobertas significativas sobre o cultivo em diferentes tipos de solo. Graças a esses avanços, atualmente é possível realizar cultivos de soja mesmo em áreas arenosas.

“Esses avanços permitiram que nosso país saísse de apenas um importador para exportador de alimento e conquistasse um polo de tecnologia e inovação agrícola. Hoje, o Brasil continua a desempenhar papel fundamental no fornecimento de alimentos, biocombustíveis e matérias-primas agrícolas para o mercado global, tornando-se um player relevante na economia global”, diz Rubini.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – (FAO), o Brasil poderá ser responsável por 40% da produção agrícola mundial em 30 anos. 

De acordo com o especialista, para ocupar o lugar previsto pela FAO, apenas o avanço de tecnologias que contribuam para produtividade agrícola não é suficiente. Aliado a isso, é necessário ampliar a disponibilidade de microcrédito e o estabelecimento de cooperativas. Gosto de comparar o microcrédito ao sangue e as cooperativas ao coração, pois uma depende da outra. A chave para o sucesso e expansão reside na sinergia entre esses dois componentes, que avançam lado a lado. 

“No Brasil, existe uma enorme quantidade de microprodutores, que produzem apenas o necessário para sobreviver, justamente pela dificuldade em conseguir crédito no mercado que possibilitem a compra de mais sementes e maquinários adequados para a expansão de suas plantações. Outro ponto importante são as cooperativas. Elas são responsáveis pelo acesso aos maquinários e, além disso, têm muito a ensinar, já que são, essencialmente, várias pessoas se unindo com um único objetivo”, afirma Rubini.

Segundo, o CIO e Corporate Affairs do Grupo Fictor, no cenário atual, também é possível observarmos uma crescente pressão sobre o setor do agronegócio, impulsionada pela expectativa de produção em consonância com princípios ambientais e sociais.

Neste contexto, destacam-se empresas e comerciantes que sabem como lidar com as questões relacionadas à inflação e aumento de preços.

“À medida que a consciência ambiental aumenta globalmente, a demanda por práticas agrícolas sustentáveis se intensifica, colocando o agronegócio em posição crucial na busca por soluções que equilibrem eficiência produtiva com responsabilidade ambiental”, assegura. 

O especialista também ressalta que, nos dias de hoje, é de extrema importância a necessidade de aumento de investimentos em inovação agrícola, sustentabilidade e tecnologias eficientes para aumentar a produtividade com redução de danos ao meio ambiente.

“Atuo em diversos projetos voltados para investimento no segmento e o ESG é um dos pilares que precisa sempre andar em conjunto. Acredito que fomentar, produzir e distribuir são três palavras-chaves que devem estar no radar ao investir nesses projetos. Não é apenas colocar o dinheiro, mas é necessário pensar na cadeia produtiva como um todo. No contexto mais amplo das preocupações globais com a sustentabilidade, a integração dos princípios ESG (Ambiental, Social e de Governança) torna-se cada vez mais crucial”, pontua, categórico. 

Para ele, as empresas do setor agrícola devem adotar medidas que não apenas visam a produtividade e rentabilidade, mas também consideram os impactos ambientais, a promoção de condições de trabalho justas e a transparência nos processos de governança.

E finaliza dizendo que, dessa forma, não apenas atendem às expectativas da sociedade e dos investidores em relação à responsabilidade corporativa, mas também fortalecem a posição do Brasil no cenário internacional como um líder comprometido com práticas sustentáveis e responsáveis.

Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!

Classificação Indicativa: Livre


Tags meio ambiente economia empresas fao soja tecnologia biodiversidade embrapa Microcrédito produtividade biotecnologia ESG produção agrícola

Leia também


Saiba como implementar de maneira eficaz um plano de continuidade de negócios


Presidente dos EUA não participará da COP28 nos Emirados Árabes Unidos