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Candidata denuncia racismo estrutural do TRE por proibição na urna; entenda

Lívia Noronha é candidata a deputada estadual no Pará e denunciou racismo estrutural do TRE  |  Foto: Reprodução / Instagram / @eulivianoronha

Publicado em 22/08/2022, às 11h10   Foto: Reprodução / Instagram / @eulivianoronha   Vinícius Dias

O TRE quer proibir uma candidata a deputada estadual de aparecer com um adereço religioso na urna. Lívia Noronha (PSOL) relatou o fato em suas redes sociais na última quinta-feira (18) e acusa o Tribunal Regional Eleitoral do Pará, onde concorre, de racismo estrutural por conta da decisão.

A candidata recebeu uma intimação do Tribunal para modificar a foto que encaminhou junto com a documentação para registro de candidatura. No retrato, ela aparece com um turbante que usa como parte de sua fé na religião de matriz africana.

A alegação é que a imagem não segue a lei que proíbe a "utilização de elementos cênicos e de outros adornos". O mesmo texto legal, no entanto, assegura utilização de indumentárias étnicas ou religiosas.

"O juiz entendeu que o turbante é um adorno e não uma peça étnica e religiosa", criticou Livia à coluna de Chico Alves, do Uol. "Isso é fruto do racismo estrutural", completou a candidata psolista.

TURBANTE É RESISTÊNCIA ✊🏾

Ontem recebi a intimação do TRE querendo barrar minha foto na urna devido o uso do turbante, que foi considerado um adereço. O turbante é símbolo da nossa resistência, carrega significado, ancestralidade e diz quem somos. + pic.twitter.com/1PUOwYsQWd

— Lívia Noronha 5️⃣0️⃣1️⃣8️⃣0️⃣ (@euLiviaNoronha) August 18, 2022

 

"Recebi a intimação do TRE querendo barrar minha foto na urna devido o uso do turbante, que foi considerado um adereço. O turbante é símbolo da nossa resistência, carrega significado, ancestralidade e diz quem somos. Estamos recorrendo, e não permitiremos que o racismo estrutural nos silencie e nos tire o direito a nossa identidade", disse Lívia Noronha em suas redes sociais antes de garantir que não vai se calar e que terá preta de turbante na urna.

Professora de Filosofia, Lívia garante que usa turbante todos os dias por fazer parte de sua identidade religiossa, étnica e racial. Ela já foi candidata a prefeita da cidade de Ananindeua, na região Metropolitana da capital paraense, Belém.

Caso o TRE mantenha a decisão imposta e Lívia insistir em usar o turbante, ela corre o risco de ter a candidatura indeferida pelo órgão eleitoral.

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