Política

Advogada defende vândalos do 8 de janeiro: "Tem gente passando fome"

Advogada afirmou que condenação é pior que a dos presos da Lava-Jato  |  Reprodução/Vídeo

Publicado em 01/10/2023, às 22h00   Reprodução/Vídeo   Redação BNews

A advogada Gabriela Fernanda Ritter, fundadora da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro, defendeu os presos pelos atos de vandalismo no início do ano, em Brasília. A entidade criada por ela presta assistência jurídica aos presos e aos parentes, distribuindo cestas básicas.

Em entrevista à revista Veja, a advogada declarou que os vândalos devem pagar pelo que fizeram, contudo, ela afirma que as penas aplicadas são excessivas e, em certos casos, incorretas.

"Eu considero uma situação absurda. Antes dos julgamentos, eu achava que as pessoas iam ser condenadas no máximo a 8 anos. Achei o voto do ministro Nunes Marques o mais compatível com a realidade, dois anos e meio de pena. Quem fez aquilo tem que pagar por ato de vandalismo, por dano ao patrimônio. Não houve tentativa de golpe", ela afirma à revista.

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A mulher ainda declarou que o STF (Supremo Tribunal Federal) está "perseguindo" a direita. "Não eram golpistas e nem terroristas. Quem quebrou tem que pagar pelo crime cometido, não um golpe de estado, não abolição violenta do estado democrático de direito. (...) Nunca se viu na história de golpes no mundo se falar que uma população de idosos teria a chance de tomada de poder".

O pai da advogada também foi preso por ter participado dos atos de vandalismo. Ela afirma que o homem "foi a Brasília para caminhar pela pátria". "Quando ele chegou lá, já estava tudo depredado. E, mesmo assim, foi liberado apenas oito meses depois, no dia 8 de agosto. Agora aguarda julgamento", ela conta.

"Muitos dos presos estão debilitados, fracos, depressivos. Muitos se dizem injustiçados. Há o caso do Matheus Lázaro, que foi preso a 6 quilômetros do local da depredação e foi condenado a 17 anos. Um rapaz preso no mesmo lugar, com dois canivetes, uma faca e dois rojões foi condenado a 12 anos. Não há imagens para provar o que cada um pode ter feito. Não existe individualização das condutas. A defesa é completamente silenciada, a defesa não tem voz, classifico como prisão política", afirma a advogada, que ainda afirmou que "criticam a Lava-Jato, mas o que está acontecendo agora é muito pior".

Classificação Indicativa: Livre


Tags política Brasília vandalismo lava jato cpmi 8 de janeiro

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