Política

Deputados dizem que texto da inelegibilidade de Bolsonaro foi alterado; entenda

Paralamentares afirmam que o texto foi modificado após a votação para favorecer o ex-presidente  |  Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Publicado em 27/09/2023, às 06h27 - Atualizado às 06h55   Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil   Tácio Caldas

Alguns deputados federais afirmam que o relator da minireforma eleitoral foi pressionado para modificar um trecho do texto da proposta. De acordo com eles, a parte modificada refere-se à contagem do tempo e pode permitir o retorno do ex-presidente Bolsonaro (PL) às urnas já nas eleições de 2030. Vale lembrar que o texto da minireforma foi aprovada na quinta-feira (14).

De acordo com os parlamentares do PT e do PSOL, o texto publicado diz que o político fica inelegível 'pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da data da eleição na qual ocorreu a prática abusiva'. Apesar disso, eles dizem que este artigo não condiz com o que foi lido e aprovado no plenário pela maioria dos deputados.

Bolsonaro beneficiado

Segundo os deputados esquerdistas, o texto foi modificado e, da forma como foi divulgado, permitirá que o ex-presidente possa se candidatar à presidência em 2030. Isso porque, Bolsonaro ficaria como condenado pelas irregularidades a contar a partir da eleição que terá ocorrido oito anos antes.

Emenda petista

Além de denunciarem a mudança no texto da minireforma tributária, os parlamentares afirmam que uma emenda apresentada pelo PT foi lida e aprovada no plenário. De acordo com eles, essa modificação diz que os políticos condenados 'pela prática de abuso do poder econômico ou político' ficará inelegível a partir da decisão da justiça que reconheceu essa prática considerada abusiva. Se essa emenda for considerada, Bolsonaro ficará de fora das urnas até 2031 e longe das eleições presidenciais até 2034.

O que diz Boulos

Segundo o deputado Guilherme Boulos (PSOL), "o texto lido e votado por todos nós não foi o mesmo texto publicado depois". O parlamentar ainda diz que entrará com uma questão de ordem na Câmara dos Deputados para pedir explicações sobre a situação.

E o relator, o que diz?

Apesar de ser acusado de ter sido pressionado por deputados bolsonaristas e pelo próprio presidente da 'Casa Baixa', Arthur Lira (PP), para fazer as alterações que beneficiariam Bolsonaro e alguns outros políticos inelegíveis. Apesar disso, o próprio deputado Rubens Jr., relator do texto da minireforma eleitoral, afirma que as modificações foram anunciadas por ele no plenário.

"O PT de fato apresentou essa emenda, mas outros partidos alertaram que ela era uma mudança substancial no que já vinha sendo discutido, e então eu retifiquei", disse o parlamentar.

Com isso, o deputado nega que foi pressionado por bolsonaristas e pelo presidente da Casa. De acordo com Rubens, essa mudança não irá beneficiar o ex-presidente Bolsonaro. "Ele responde a outras ações e será condenado. Mas ficará fora da presidência, de fato, por falta de votos", informou o deputado. As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

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