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Médico demitido por prefeito de Conceição de Feira lamenta caso: “Agiu de maneira covarde”

O caso envolvendo o prefeito de Conceição de Feira e um médico da região divide opiniões nas redes sociais  |  Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 04/06/2023, às 08h41 - Atualizado às 08h41   Reprodução/Redes Sociais   Cadastrado por Pedro Moraes

Há cerca de um ano, o médico Gilberto Freitas iniciava sua trajetória profissional na UPA Maria Teodoro Leal, situada na cidade de Conceição de Feira, no interior do estado da Bahia. O percurso, no entanto, adquiriu, na última quinta-feira (1°), um episódio “lamentável” para o plantonista. Era por volta de 12h30 quando o profissional da medicina foi confrontado com uma situação que gerou seu afastamento.

Após os atendimentos sucessivos no primeiro turno daquele dia, Gilberto precisou cessar, temporariamente, os contatos com os pacientes para almoçar, sobretudo por ser “diabético e hipertenso”, o que demanda atenção especial nos horários da alimentação.

Por causa dessa ação, o prefeito João de Furão (PSB), da cidade baiana, decidiu desliga-lo do sistema de saúde da região, assim como fez uma publicação indignada nas redes sociais.

“Fui surpreendido quando fui informado da nota do prefeito. ALi me atingiu no âmago da minha alma, porque o prefeito deveria, primeiro, averiguar os fatos, abrir sindicância para depois, aí sim, ver as medidas cabíveis. Ele não só ofendeu a mim, a minha honra, e sim a toda uma classe médica que tão sofrida é por perseguições”, iniciou, em entrevista exclusiva ao BNews.

“De maneira covarde, suja, rasteira, puramente politiqueira, posta aquela nota. O que é mais engraçado é que algumas pessoas que me defenderam, conhecem a minha pessoa, a minha reputação, o prefeito deletou dos comentários das postagens e colocou só quem ele queria, pessoas amigas dele, postando falsamente, situações”, acrescenta Gilberto Freitas. 

Direito x punição

Unidades de Pronto Atendimento, conhecidas popularmente como UPA, geralmente, recebem altas quantidades de pacientes diariamente. Como consequência, os atendimentos podem demorar, principalmente pelo número de profissionais dentro desses locais, muitas vezes precários. É o que aponta o médico plantonista.

“O Sindimed [Sindicato dos Médicos da Bahia], o Cremeb [Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia], têm que realizar fiscalizações, porque tem muitos interiores que não têm condições mínimas para serem unidades de saúde. Trabalhamos muitas vezes precariamente, dando nosso melhor, fazendo medicina de guerra, porque tem pacientes, muitas vezes graves, que não tem insumos, equipamentos, medicações nesses locais”, desabafa Gilberto Freitas.

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