Salvador

Conheça as atribuições do Grupo Especial de Proteção Ambiental da Guarda Municipal de Salvador

Criado em 2014, o GEPA conta atualmente com 50 agentes, e seu trabalho vai além da captura de animais  |  Divulgação

Publicado em 20/02/2022, às 07h00   Divulgação   Samuel Barbosa

Criada por meio da lei nº 7.236 de 2007, a Guarda Civil Municipal de Salvador (GCM) tem o objetivo promover e manter a vigilância dos logradouros públicos e das áreas de preservação do patrimônio natural e cultural do município, além de orientar o usuário de equipamentos e serviços públicos, adotando postura de caráter preventivo e educativo. Mas dentro da GCM há outros grupamentos, como o de operação com cães (GOC), operações especiais (GOE), rondas da capital (Rondac), motociclistas (GEM), apoio ao turista (GAT), e o Grupo Especial de Proteção Ambiental (GEPA).

O GEPA, que surgiu em 2014, conta atualmente com 50 agentes, e seu trabalho vai além da captura de animais. Segundo o comandante do grupo, Robson Pires, os agentes desenvolvem um trabalho importante na preservação ambiental da capital baiana.

Leia também: Sucuri é resgatada por agentes da Guarda Municipal na Avenida 29 de Março; veja vídeo

“Hoje nós contamos com 50 agentes treinados, capacitados, com equipamentos específicos pra atuar em qualquer área, tanto de resgate como a proteção ambiental de qualquer área dentro de Salvador. Dentro de nossas atribuições nós temos a realização de ações em conjunto com órgãos competentes ambientais no combate aos atos que venham degradando ao patrimônio público ambiental e ecológico. Temos também atuação quando há flagrante na apreensão de animais silvestres e produtos ou sob produtos de crimes ambientais, e a realização de atividades preventivas através de monitoramento dos parques ecológicos, atividades de conscientização ambiental através de palestras, reuniões, cursos em escolas, associações, e qualquer entidade pública ou privada que solicite nosso apoio, além de proteger a fauna e a flora do município realizando ações preventivas”, disse.

Com a população acostumada a ver fotos e vídeos dos agentes em campo fazendo o resgate de animais silvestres, como por exemplo, serpentes, jacarés, teiús, entre outros, o comandante explica que há uma rede de parceiros nas esferas municipal, estadual e federal para que treinamentos sejam realizados frequentemente.

“Inicialmente fomos treinados pelo Ibama, Inema, Projeto Tamar, temos também parceria com o Instituto de Mamíferos Aquáticos, UFBA, com a Sedur. Até 2015 a gente tinha tomado 244 horas de curso com esses órgãos e a gente vem evoluindo, inclusive existe um projeto nosso de captura e resgate de abelhas, já procuramos o Senar e já tomamos o curso também. Existem alguns detalhes técnicos, o nosso projeto não é só pegar a abelha, que na zona urbana é um problema, mas na zona rural é uma solução econômica e sustentável. Fizemos uma parceria com o Sindicato Rural de Trabalhadores de Santo Amaro e eles tem uma espécie de cooperativa e nossa intenção é resgatar esses animais aqui e levar pra esses produtores, que lá as abelhas vão produzir mel, pólen, cera, geleia e vão gerar renda para aquelas pessoas”, explica.

Leia mais: Vídeo: Jacaré de 2 metros é encontrado em estacionamento de Shopping em Salvador

Com relação aos animais capturados, Pires conta que a Guarda não faz a soltura das espécies. “A gente leva pra o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) do Inema, do Ibama, para a Ufba, se for tartaruga a gente leva para o Projeto Tamar, se for animal marinho a gente leva para o Instituto de Mamíferos Aquáticos, lá eles tem veterinários, biólogos, eles fazem a triagem e se o animal estiver bem ele será devolvido, caso contrário ficará de quarentena até estar apto para voltar pra natureza”.

O comandante do GEPA destacou durante a entrevista, que a Guarda já tem desde o ano passado, um programa de formação para outras guardas municipais com um curso de gestão ambiental e sustentabilidade.

Denúncias

Segundo Robson Pires, o GEPA recebe diariamente muitas denúncias envolvendo crimes ambientais, e explica como proceder diante de uma suspeita. “Independentemente da área ser do governo federal ou estadual, municipal ou privada, a legislação ambiental é muito técnica e minuciosa. Se o cidadão identificar um possível crime ambiental ele pode e deve entrar em contato com a Guarda através do nosso numero 3202-5312. A gente recebe essas denuncias tanto de desmatamento com maus-tratos a animais e a gente vai ao local apurar, se for confirmado o crime a gente chama os órgãos responsável pela área para que ele possa tomar as medidas necessárias”.

Quem pode fazer parte do GEPA?

O comandante explica que a seleção é feita internamente. “A gente abre de tempos em tempos uma seleção interna e capacitamos essas pessoas. Aqueles guardas municipais que principalmente gostam de trabalhar com animais, que gostam de se dedicar ao meio ambiente, eles são selecionados e vem fazer parte de nosso grupo pra ajudar nessa proteção e defesa do meio ambiente”.

E Pires reforça a importância de o cidadão evitar o contato com animais silvestres. “A gente pede sempre ao cidadão que no caso de animal silvestre que ele não entre em contato com esses animais, sempre ligue para a Guarda Municipal, o nosso serviço é 24 horas. Temos pessoas qualificadas, equipamentos específicos, corre o risco da pessoa que não tem o treinamento pegar esses animais, ou ferir e matar o animal ou então ser ferido. Nos chamem, a gente vai lá pegar o animal com todo cuidado pra ele também não sofrer, não se ferir e vamos levar para o local adequado”.

Classificação Indicativa: Livre


Tags Salvador meio ambiente prefeitura resgate guarda municipal animais sustentabilidade gepa

Leia também


Bolsonaro defende decreto que autoriza destruir cavernas no Brasil


Comissão de Meio Ambiente aprova projeto que endurece penas contra maus-tratos a animais