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Pra ser eterno enquanto dure

Publicado em 20/02/2017, às 08h25   Guilherme Reis*


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Relacionamentos não nascem prontos. São construídos peça a peça, em um trabalho ininterrupto e que foge a rótulos e padrões. E, não raro, às nossas experiências passadas, porque pessoas diferentes convivem de maneiras diferentes, estabelecendo uma simbiose que inevitavelmente escapa à compreensão.
É impossível determinar quando e por quem vamos nos apaixonar, ou quando o laço afetivo que nos une ao outro se romperá para trilharmos um caminho diferente. Todavia, esquecer de cultivar a relação, de fortalecer o vínculo com doses diárias de afeto, é o modo mais fácil de tornar a afinidade doente e desintegrá-la quando menos esperarmos. Ficar junto de quem amamos é uma escolha a ser reafirmada constantemente, sem conceder sossego à vigilância.
Construir uma vida a dois (sem anular as respectivas individualidades) precisa ser considerado um projeto de vida como outro qualquer. Conceder a devida liberdade aos primitivos instintos que nos fazem humanos é fundamental, mas é imprudente deixá-los desacompanhados nas estradas sombrias do nosso mundo interior.
Refletir sobre o teor do próprio sentimento e se esforçar para torná-lo perene é uma tarefa árdua. É necessário suar a testa e queimar neurônios, mas poucos de nós estão dispostos a isso: já gastamos energia demais no trabalho, na faculdade, nas cobranças da família e da sociedade, e deixamos o relacionamento à deriva, suscetível à próxima tempestade.
Transformamos o outro em válvula de escape e antídoto para o nosso descontrole emocional. Não nos preocupamos em reacender o sentimento, que aos poucos fenece como uma planta que não teve alguém preocupado o suficiente para regá-la. Trabalhemos para transformar a relação em crescimento e libertação — o único meio de evitarmos o desgaste emocional, o desentendimento e o comodismo.
É preciso dizer mais “eu te amo” sem medo de soar careta.
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*Guilherme Reis é repórter do Bocão News e escreve neste espaço às segundas-feiras.

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