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Brasil ganhou 47 medalhas, ficando na classificação geral em segundo lugar, atrás apenas da China  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 31/07/2023, às 10h42   José Medrado


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O Mundial de Atletismo Paralímpico de Paris acabou no último dia 17 de julho. Um importante evento de confirmação de que o Brasil é uma potência nesse segmento, haja vista que ganhou 47 medalhas, ficando na classificação geral em segundo lugar, atrás apenas da China, mesmo considerando que os brasileiros ganharam duas a mais no cômputo geral, isto porque a potência chinesa teve um número maior de medalhas de ouro.

De logo, registre-se que todos os ganhadores brasileiros dessas medalhas são incentivados pela política pública de estímulo ao esporte, em especial, no caso, o Bolsa Atleta. Fundamental para estimular o desenvolvimento competitivo de jovens que, por suas condições físicas, são, em geral, estigmatizados, colocados em dúvida acerca das suas próprias possibilidades e capacidades. Muitos falam contra políticas públicas de incentivo, colocando-as em argumentação sem qualquer base de conhecimento da necessidade de se criarem processos que venham assegurar direitos da população, em seu todo. Aos empresários, produtores industriais, do agro... empréstimos e facilidades de aquisição de instrumentos ao desenvolvimento, crescimento de suas áreas de ação, não acontecem? Sim, e claro, nas pontas, aos vulneráveis, apoio em forma de bolsa, a fim de saírem dos seus abismos sociais, por falta de oportunidade a partir mesmo do acesso à inclusão, em seu sentido mais amplo possível. Ora, ora, não vamos, então, falar que esses estímulos não redundam em nada, claro que sim. Geram sobrevivência em diversos aspectos, até emocional.       

As políticas públicas são um conjunto de processos (ações, programas, medidas e iniciativas) criados pelos governos, sejam eles nacionais, estaduais ou municipais, com a participação de entes públicos ou privados para assegurar determinado direito da população. Vale dizer que esse direito pode beneficiar diversos grupos de uma sociedade ou uma parcela específica. Não se trata de favor ou assistencialismo dos Poderes Públicos, mas de determinação constitucional. Lamentável, no entanto, que grande parcela da sociedade brasileira repudia ações sociais, sem aquilatar o ganho para a sociedade em seu todo, como instrumento de reafirmação de cidadania e oferecimento de um mínimo de dignidade social: são instrumentos de crescimento e educação, em seu sentido maior. Aí o resultado. É triste, também e por outro lado, vermos os preconceitos, egoísmo tão engendrados e disfarçados de enunciados falaciosos, dificultando a visão de que um país se faz por todos e é para todos, onde a obrigação constitucional nos leva a reparar, auxiliar aos que por quaisquer das vulnerabilidades precisam ser alcançados no possível. Que sociedade queremos para a adultez de nossos filhos, netos?

Classificação Indicativa: Livre

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