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Vê se aprende

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Bnews - Divulgação

Publicado em 17/01/2022, às 12h32   José Medrado


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O Tribunal do Circuito Federal de Melbourne decidiu por unanimidade nessa madrugada de domingo aqui no Brasil, 16 horas, na Austrália, pela deportação de Novak Djokovic, em decorrência de o tenista não ter sido vacinado contra a covid-19, e deu fim a um descabido enredo protagonizado pelo número 1 do tênis mundial. Dessa forma, o sérvio não poderá jogar o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, e terá de deixar o país da Oceania. A decisão pelo indeferimento do pedido de reintegração do visto do atleta foi lida pelo presidente do tribunal, James Allsop. Lamentável, mas necessário, como forma de uma nação se impor diante de campanhas antivacinas que grassam pelo mundo. Engraçado, em regra de base, da defesa ao “direito” de não se vacinar, naquela história do meu corpo, minha decisão, na conveniência do argumento de plantão, já que não usado para empunhar outras bandeiras.

O Brasil tem passado, em alguma medida, pelo perrengue desse povo antivacina, que, em meu entender, desatrelado do verdadeiro sentido de ideal de sociedade, de vivência coletiva, não se percebe que com a Carta magna de 1988, afere que cidadão é aquele indivíduo a quem a mesma confere direitos e garantias – individuais, políticos, sociais, econômicos e culturais –, e lhe dá o poder de seu efetivo exercício, além de meios processuais eficientes contra a violação de seu gozo ou fruição por parte do Poder Público. E aqui os antivacinas se apegam para afirmar que o Estado viola tais prerrogativas.

Ok...mas em sociedade o coletivo se opõe ao pessoal. Ou seja, você acha que tem o direito, individual, todos aqueles que o cercam perdem os seus respectivos direitos aos bem-estar em razão do seu único direito? Sem falar da própria mecânica da propagação da infecção viral. Ok! Não se vacine, mas saia da sociedade, pois o risco não é subjetivo, conceitual e ou filosófico, é real, verdadeiro. Cidadania é a expressão de se legitimar a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada. Já é tão complicado em todas as áreas por este Brasil este ideal!!!

Os estudiosos em psicologia social afirmam que a vida em sociedade permite que as pessoas continuem o aprendizado do seu viver, o qual iniciaram em família durante toda a sua existência. No antigo e tão desusado por muitos: o seu direito termina, quando começa o direito do outro. Em casa, na família, quem nunca ouviu: agora é a vez de seu irmão, passe o brinquedo para ele, o controle remoto...deixe ele brincar. São os limites dados, para não serem essas crianças barradas pelo exercício social do “você não pode tudo”. Vive-se em sociedade. Ao conhecer os seus deveres a criança e o jovem se tornam conscientes do “outro”, tomam conhecimento de seu papel na sociedade, que não é apenas de ter direitos, mas também ter deveres e respeitar os direitos das outras pessoas. Aí vêm uns marmanjos, cheios de inconfessáveis interesses (muitos ditos líderes e ou formadores de opinião), enquanto outros desinformados seguem os argumentos idiossincráticos, falarem em fantasias. Não entendem que mais do que antivacinas, eles  são anticidadãos.  Volte para casa, Djokovic.

*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Escreve para o BNews às segundas-feiras.

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