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Meio Ambiente e Relações Exteriores ainda não responderam requerimento sobre planos do governo para COP26, diz Wagner

Dinaldo Silva / BNews
"O que escuto de fora para dentro, de outros países, é o seguinte: O que a gente sabe é que o Brasil vai para atrapalhar, para não deixar ter o consenso do chamado artigo 6º - que é sobre a regulamentação do mercado de carbono", conta presidente da Comissão do Meio Ambiente no Senado  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva / BNews

Publicado em 17/10/2021, às 07h00   Henrique Brinco e Marcos Maia


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O Presidente da Comissão do Meio Ambiente no Senado, o senador Jaques Wagner (PT), que ainda está aguardando a resposta dos ministros do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, e das Relações Exteriores, Carlos França, sobre quais são os planos do Governo Federal para a conferência COP26.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontece a partir do próximo dia 31 de outubro, em Glasgow, na Escócia. No início do mês, por sugestão do senador, a comissão do  Meio Ambiente enviou um requerimento para que a dupla compartilhasse o que o país apresentará na ocasião. 

"O que escuto de fora para dentro, de outros países, é o seguinte: O que a gente sabe é que o Brasil vai para atrapalhar, para não deixar ter o consenso do chamado artigo 6º - que é sobre a regulamentação do mercado de carbono. Essa é a imagem que a gente tem. Não adianta ficar pintando de cor de rosa", lamentou no último sábado (16).

Além de reforçar suas críticas à política ambiental do governo Jair Bolsonaro, Wagner destacou que, como líder do colegiado, tem sido procurado por figuras do empresariado para ajudar a imaginar estratégias de como mudar a atual imagem internacional brasileira  - que, segundo ele, "está atrapalhando a vida de quem é exportador".

Segundo o petista, esses atores econômicos estão fazendo acenos ao mercado externo por uma questão de sobrevivência - inclusive, de seus negócios.

"A imposição de restrição a produtos brasileiros vai começar a aumentar por conta da postura do País em relação ao meio ambiente. Isso é péssimo para nós. O pessoal do agronegócio, por exemplo, é tudo que não quer. Se o mundo parar de importar soja, vamos fazer o quê?”, avaliou.

O petista também citou o papel que a importação de carne de frango e bovina cumpre dentro da economia nacional, ponderou que não seria “pouca coisa" caso o Brasil deixasse de importar esses produtos por conta de sua política ambiental.

Ele cita que participou recentemente de uma reunião com parlamentares de ao menos 95 países na Itália apenas sobre temas relacionados à questão ambiental.  

"As pessoas, até com delicadeza, perguntam: ‘Qual é a do Brasil?’. Elas não querem 'mandar' na amazônia. O problema é que a solidariedade ambiental é inevitável, pois o que acontece aqui roda o mundo inteiro. O que acontece lá, roda o mundo inteiro. Todo mundo sabe que a devastação aqui não vai fazer mal só aqui", explica. 

Para ele, houve uma piora na imagem brasileira quando o tema é meio ambiente, e o país está cada vez mais estigmatizado diante do restante do mundo. O senador defendeu ainda que a questão da agenda ambiental “não é de esquerda ou de direita”, mas “uma agenda do bom senso”.

“O governo Bolsonaro jogou a imagem brasileira associada ao tema do meio ambiente no lixo", opinou.

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