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Empresas analisam mudanças no cronograma de escoamento de produtos em regiões do Brasil; saiba por que e onde

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São previstas secas prolongadas em regiões com hidrovias para escoamento de produtos  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 11/04/2024, às 08h00


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Após o último El Niño, considerado por especialistas como o mais forte desde o registrado em 2015 e 2016, e que causou estragos através das chuvas torrenciais que atingiram o Sul e Sudeste e a estiagem prolongada no Centro-Oeste e Norte do Brasil, o mundo vai passar pelo fenômeno oposto a partir de meados do ano.

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As previsões climáticas indicam que a chance de uma La Niña acontecer entre o final de junho e início de julho é de 62%, chegando a 85% a partir de outubro, o que, entre outras ocorrências, trará novamente secas à região Norte do Brasil.

Preocupados com o impacto em suas logísticas, diversas empresas estão avaliando mudanças no cronograma de escoamento dos produtos, segundo constata a Climatempo - a maior do ramo em consultoria meteorológica e previsão do tempo no Brasil e na América Latina. 

Segundo projeção da empresa, as temperaturas não irão despencar de imediato por conta do La Niña – fenômeno que se caracteriza também por períodos mais frios e frequentes -, mas pode provocar secas prolongadas em regiões cujas hidrovias são bastante utilizadas para o escoamento de produtos, especialmente aqueles produzidos na Zona Franca de Manaus, como a linha branca e a produção agrícola. 

“Já estamos detectando uma movimentação de empresas desses setores e da área de logística para analisar os possíveis impactos do La Niña e as previsões do clima ao longo do ano, a fim de promoverem mudanças em seus cronogramas de escoamento dos produtos da região Norte para outras localidades do país”, conta Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.

“Depois dos transtornos registrados no ano passado, muitas empresas estão buscando se antecipar a fenômenos como a possível estiagem prolongada, que pode ocorrer entre o final do outono e o início do inverno”, realata. 

As previsões da empresa para os próximos períodos apontam as seguintes tendências: 

O outono deverá ser um período de fase neutra, com diferenças de comportamento do clima de acordo com a região do país.

Na primeira metade do outono, ainda prevalecerão os efeitos do El Niño, mas já com pouca força, com chuvas irregulares na Amazônia.

Na região Sul, as chuvas deverão ser mais tempestuosas, mas a frequência dos temporais será menor.

No Centro-Oeste e no Norte, pode ocorrer seca prolongada, com um ar mais seco e possíveis queimadas principalmente entre a primeira e a segunda metade do inverno.

O meteorologista afirma que, embora a La Niña possa prolongar a seca nessas regiões, a tendência é que seja tão severa como foi no ano passado, mas deve amenizar antes, diante da previsão de ocorrência de chuvas mais regulares a partir de outubro. 

“A La Niña favorece episódios de frio no Sul e Sudeste, mas a tendência é que o outono e o inverno não sejam tão frios. A previsão é de temperaturas acima da média durante mais dias seguidos, intercalados por períodos dois a três dias de frente fria, e, assim, sucessivamente”, completa Lucyrio.

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