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Especialistas dizem que crédito ao produtor avança com uso de tecnologia

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De acordo com os especialistas, há um ambiente favorável tanto no mercado bancário como no mercado de capitais  |   Bnews - Divulgação Divulgação/CNA

Publicado em 08/04/2022, às 17h49   Redação BNews


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Um dos motores da economia, o crédito é fundamental também para o agronegócio. A boa notícia é que o financiamento está se tornando mais acessível e em condições melhores, graças a novas soluções de tecnologia e ao uso de dados que permitem uma precificação mais assertiva dos riscos, além de uma demanda crescente de investidores de médio e longo prazo por meio do mercado de capitais. As informações são da revista Exame.

Esse tema foi destaque entre especialistas do setor no painel "Novos Modelos e Players para Concessão de Crédito e Financiamento do Agro", na segunda edição do SuperAgro, evento promovido na última quinta-feira (7).

Segundo a revista, o tema foi debatido por Gabriel Motomura, head do BTG Pactual Empresas, Júlio César da Costa, CEO da Caramuru Alimentos, e Fabricio Pezente, CEO e cofundador da Traive, com mediação do jornalista Marcelo Sakate, editor-chefe da EXAME Invest.

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De acordo com os especialistas, há um ambiente favorável tanto no mercado bancário como no mercado de capitais. "Nós aumentamos bastante a participação do mercado de capitais [em relação ao total de recursos levantados] a partir de 2020, justamente para reduzir a dependência do sistema bancário e o risco de refinanciamento", contou César da Costa. Para ele o principal instrumento tem sido a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), incluindo o que é conhecido como CRA "verde", com metas para os princípios ESG (socioambientais e de governança).

No fim de 2021, a Caramuru levantou R$ 355 milhões com a emissão de um CRA "verde" com prazo de seis anos.

Ainda no evento, Motomura disse que, quando se trata de pequenos e médios produtores, há dois gargalos a serem superados: informação e logística. Mas isso está sendo superado em escala crescente. "O produtor na ponta hoje consegue saber, com uso de tecnologia, imagem por satélite etc., informações em tempo real como a evolução do plantio e a produtividade e se atende aos critérios ESG, por meio da rastreabilidade", apontou. E isso se reflete em melhores condições para quem para quem toma o crédito, diante da maior precisão na precificação dos riscos.

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"Definitivamente, o crédito vai chegar na ponta com um custo mais barato", disse Pezente.

A Traive, explicou o empreendedor, é uma startup que atua com infraestrutura de tecnologia — como data science e analytics — para o crédito, atendendo principalmente empresas que fazem a originação do financiamento na ponta, como distribuidores, cooperativas e tradings, e fazendo a ponta com os grandes financiadores, como bancos.

No evento da Exame, os especialistas apontaram ainda que as oportunidades são "enormes", dado o volume que é securitizado no mercado de capitais não chega a 10% da necessidade anual de financiamento. "Existe muito dinheiro para o investimento no agronegócio. O que falta é a ponte para dar segurança a quem está disposto a investir", afirmou o CEO da Traive.

E as perspectivas de curto prazo são muito favoráveis, dado o interesse crescente pelo setor, o que inclui o capital externo. "O venture capital está começando a olhar para o agronegócio brasileiro. Fintech faz sentido [para investimento], e fintech no agro faz mais sentido ainda quando estamos falando de quase 30% do PIB do Brasil", disse Pezente, citando o interesse de grandes fundos de VC estrangeiros para o segmento no país.

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