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Funcionários de multinacional eram orientados a esconder insumo altamente poluente da vistoria do Ibama

Divulgação/Syngenta
Segundo Ibama, empresa acrescentou um bactericida em quantidades três vezes superiores ao autorizado  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Syngenta

Publicado em 02/05/2023, às 11h06   Redação BNews


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Funcionários da multinacional de defensivos agrícolas, a Syngenta, eram orientados a esconder o conservante bronopol antes de uma vistoria feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As orientações eram passadas por escrito, detalhando horários das retiradas e a quem entregar os insumos.

Segundo o Ibama, a empresa acrescentou um bactericida a três de seus produtos em quantidades três vezes superiores ao autorizado pelo órgão ambiental, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura. As informações são do Uol.

Em detalhes trazidos pelo site, durante uma das visitas à unidade da empresa, no dia 8 de novembro de 2021, os agentes do Ibama encontraram um bilhete com orientações para a "passagem de turno Fifor [nome interno da fábrica de Paulínia]": "Às 11:00 da manhã o Marcelo nos informou que era para retirar todo o material de Engeo Pleno [um dos produtos], pois estamos em fiscalização na planta".

"Foi retirado todo o material da Fifor 1 por conta da visita. O material está na rua 15, no Loguim [nome do depósito de insumos]. É só falar com o líder lá que ele está sabendo. Todo o material que está lá vai voltar para a Fifor para dar sequência na formulação de Engeo Pleno. O caderno de adição de bromo e os cadernos de tratamento de Engeo e Karate [nome dos outros dois produtos] estão com a Fernanda. A mesma pegou enquanto a visita estava em nossa área".

Os bilhetes foram encontrados por agentes do Ibama durante a vistoria, já que havia evidências de que a Syngenta tinha adicionado o bronopol a três de seus produtos, e pretendia esconder a informação dos órgãos de controle.

Sobre o bronopol, o Ibama alega que, conforme a Agência Europeia das Substâncias Químicas (Echa), a susbtância é "muito tóxica para a vida aquática; perigosa se engolida; perigosa em contato com a pele; causa sérios danos oculares; causa irritação de pele; e pode causar irritação respiratória".

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