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'Patrulha Mecanizada': Projeto de cotonicultores do oeste baiano está revolucionando a região; conheça

Divulgação / Abapa
Projeto foca na estruturação das estradas vicinais que ligam as propriedas às principais estradas que cortam a região  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Abapa
Lucas Pacheco

por Lucas Pacheco

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Publicado em 10/08/2024, às 08h00



Com o objetivo de facilitar o escoamento da produção do oeste baiano pelas vias terrestres, os contonicultores da região criaram, em 2013, o Projeto de Aquisição de Máquinas, Insumos e Veículos Auxiliares para a Conservação dos Recursos Naturais da Lavoura de Algodão e Escoamento da Produção, ou diminutivamente chamado de 'Patrulha Mecanizada'.

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O projeto que, principalmente, foca na estruturação das estradas vicinais, que são aquelas que conectam as propriedades rurais às principais rodovias, já que grande parte delas não á asfaltada, o que prejudica a trafegabilidade, atrasando o transporte das cargas, danificando caminhões e colocando em risco os motoristas, possui diversas formas de financiamento. Os recursos são oriundos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), executada pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), e conta com a parceria dos produtores rurais do Oeste, da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), do Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro), do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) e das prefeituras municipais.

O Governo da Bahia participa do projeto através do Prodeagro, fundo formado por uma espécie de renúncia fiscal aprovada pelo do Decreto nº 14.500/2023. Ele é administrado por um conselho gestor composto pela Aiba, Abapa, Fundação Bahia e Secretarias de Agricultura e de Infraestrutura do Estado da Bahia.

Durante a 'Rota da Fibra', projeto inédito e inovador  que reuniu profissionais da imprensa nacional e estadual em um dia inteiro de visitas técnicas para apresentação da cadeia produtiva do algodão da Bahia, na véspera das comemorações do Dia do Algodão, no final de julho, a primeira vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto, durante passagem por uma das estradas em processo de estruturação e asfaltamento, destacou a importância da 'Patrulha Mecanizada'.

"É um projeto muito grandioso dentro da associação e que tem angariado aí muitos benefícios, não somente para a cadeia cotonicultora, mas também para a sociedade de um modo geral. Essa estrada é utilizada também pelos produtores para trazer calcário, gesso, do Tocantins, então, insumos que são utilizados nas lavouras e também, lógico, para essa circulação da população, dos próprios agricultores até a cidade e vice-versa. Então, é uma estrada muito importante, eu posso, inclusive, afirmar isso, porque uma das fazendas da minha família fica aqui, meu pai é um dos pioneiros, chegou aqui há 43 anos atrás, e hoje está até assim, emocionado. Cada vez que passa aqui pela estrada e vê essas máquinas trabalhando, ele comenta que não imaginava, enquanto vivo, ver esse asfalto sair. Então, assim, é mais uma atitude, um projeto da Abapa, da associação, que pensa aí, não só no fomento da cotonicultura, da commodity, mas também de estar ajudando, de forma geral, esse alavanco do agro aqui no estado", afirmou Alessandra.

O diretor-executivo da Abapa, Gustavo Prado, ressaltou que o projeto já recuperou mais de 3 mil quilômetros de estradas vicinais.

"Nós chegamos a 323 quilômetros de asfalto, mais de 3 mil quilômetros de estradas vicinais recuperadas. Esse trabalho a gente não faz sozinho, a gente faz isso junto com os produtores que entram com uma parte, a Abapa que entra com 50%, os produtores que entram com 25% e a Associação dos Irrigantes, a AIBA, que entra com mais 25%. Toda a estrada que a gente vai entrar para poder fazer uma interferência, tem que estar, os produtores têm que estar organizados numa associação para ter essa contrapartida para conseguir fazer de fato uma estrada com qualidade como essa daqui", afirmou. 

O diretor-executivo apontou ainda que a legislação ambiental é respeitada nessas construções e que as obras são mais baratas do que se fossem executadas pelo estado. 

"A gente trabalha, a gente sabe o que a gente está fazendo, inclusive parceria com o governo, né, mas que, por processo, realmente seria muito burocrático. A gente respeita toda a legislação, todo o licenciamento necessário pra construir essa obra aqui, especialmente o licenciamento ambiental, ele é concedido. Então, a gente faz inclusive, seguindo toda a legislação necessária e seguindo todos os requisitos de padrão de qualidade necessário, a gente consegue fazer uma estrada com 50% do valor que se fizesse. A gente usa, inclusive, parâmetros comparativos. A gente pega dados de referência, sobre o custo do quilômetro, né, o nosso custo do quilômetro é de um milhão, um milhão e pouco, um milhão e cem mil reais, enquanto outras obras ficam dois milhões, dois milhões e pouco. Só que assim, isso é muito relativo, é falar que é um milhão, um milhão e cem, cada estrada é uma estrada. Teve estradas que a gente já pegou que a gente teve que cortar pedra, então assim, tinha um serra pra ser construído, teve estradas e teve algumas intervenções de pontes. Então, isso muda realmente conforme a complexidade. E por ser uma associação, a gente consegue ter mão de obra própria, então diversos tributos a gente tem também uma vantagem competitiva", ressaltou Gustavo Prado.

Classificação Indicativa: Livre

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