BNews Agro

Produção de famílias quilombolas da Chapada Diamantina é ampliada com tecnologia de subsolagem

Divulgação/SDR
Comunidades da Chapada Diamantina foram beneficiadas  |   Bnews - Divulgação Divulgação/SDR

Publicado em 17/01/2023, às 17h06   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Agricultores familiares de comunidades Quilombolas como as dos municípios de Souto Soares e Morro do Chapéu, localizados no território Chapada Diamantina, foram beneficiados com uma ação de assistência técnica rural (ATER) associada à mecanização agrícola.

Para atenuar os efeitos da compactação do solo e adequá-lo para o plantio, foi utilizada a tecnologia da subsolagem, um procedimento agrícola que promoveu a descompactação do solo e favoreceu o cultivo da mandioca, cultura tradicional na região. O processo contou com a orientação de técnicos de ATER contratados pelo Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR).

A importância do subsolador para a descompactação do solo foi destacada pelo engenheiro agrônomo Jessé Moreira, do Centro de Formação e Organização Comunitária (Ceforc). “Pela característica do solo argiloso, as partículas são mais finas e compactam com mais facilidade. E quando o solo está compactado, a água não filtra, tem apenas um escorrimento superficial e evapora dali mesmo. Já com o subsolador, ele quebra o solo, faz essa descompactação, a água consegue chegar às partes mais profundas, carregando os nutrientes e, aos poucos, ela vai subir pelas forças de ação e coesão da água, infiltrando-se pelo solo”.

De acordo com o especialista, o solo vermelho possui uma boa fertilidade, mas o manejo sucessivo e inadequado dificultava o processo de conservação do solo. Após a subsolagem, agricultores e agricultoras familiares estão realizando a cobertura do solo e a adubação com matéria orgânica para manter o ciclo de nutrientes e não compactar o solo novamente.

Maria Rita Neta, presidente da Associação Renascer dos Agricultores Familiares do Povoado de Matinha e Região, em Souto Soares, reconhece a importância da assistência técnica para os avanços. “A gente não sabia plantar. Antigamente, a gente abria a cova funda, apertava a maniva e, às vezes, já descascava, o que já estragava ela. Além disso, colocava uma barreirinha por cima e ainda pisava em cima, o que estragava mais um pouco. Ainda costumava queimar a roça depois do uso. E agora não. Melhorou bastante porque clareou para a gente como é que se planta”.

Com a realização do serviço, a ampliação no cultivo da mandioca favoreceu a comercialização dos derivados de mandioca da comunidade. A agricultora Hildergard Anjos, da comunidade Matinha, ressalta a evolução, tanto na área de produção quanto no processamento dos produtos, inclusive com os cursos de aperfeiçoamento das receitas, oferecidos pelo Ceforc. “Melhorou desde a raiz, da nossa matéria-prima até o maquinário, para desenvolver os produtos. Depois do Bahia Produtiva, passamos a produzir outros produtos como o panetone de aipim”.

Queimada Nova

Na comunidade Queimada Nova, em Morro do Chapéu, além do subsolador, as orientações favoreceram a criação das galinhas caipiras. Uma das estratégias utilizadas foi o aproveitamento do terço superior e da raiz da mandioca para a utilização como ração nos galinheiros, construídos via Bahia Produtiva.

O processo reduziu o custo da compra da ração por parte de agricultores e agricultoras familiares como Faraildes Queiroz.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp