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Vilão da Inflação: Após acumular alta de 80%, preço do leite começa a cair nas prateleiras

Agência Brasil
O preço do leite subiu mais de 25% em julho, mas agora em agosto já apresenta redução de quase 17% no varejo  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 19/08/2022, às 12h35   Redação


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Uma boa notícia para o consumidor: o preço do litro do leite, o maior vilão da inflação, começa a recuar nesse mês nas prateleiras dos mercados e já vai ser sentida no bolso dos brasileiros. Isso porque o mercado está com estoque do produto aliado ao fim do período de estiagem que prejudicou a produção.

De acordo com o portal Uol, o leite subiu mais de 25% no varejo no mês passado acumulando uma alta de quase 80% nesse ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mas, na última terça-feira o produto já apresentava redução de quase 17% no preço do varejo na cidade de São Paulo, segundo os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

"O pior momento de alta de preços acho que já passou", afirmou o pesquisador em economia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, Samuel José de Magalhães Oliveira. Ele acredita que o valor praticado antes da pandemia não deve ser retomado, mas acredita que as cotações muito elevadas devem ceder neste segundo semestre.

No mês passado, o leite em caixinha sumiu das prateleiras tendo uma redução de 22,7% do volume regulamente ofertado às redes atacadistas. Esse foi o maior índice registrado em ausência do produto nos supermercados nos últimos três anos, como mostrou a pesquisa nacional da consultoria Neogrid que monitora 80% das maiores redes de supermercados. A falta do produto no varejo foi o resultado das negociações mais intensas entre os supermercados e os laticínios, exatamente por conta da alta de preços.

Para a Embrapa, esta foi uma das piores entressafras do laticínio. No primeiro trimestre, a captação de leite pela indústria, que reponde pela maior fatia do mercado, foi de 5,9 bilhões de litros. É um volume 10,3% menor comparado ao do mesmo período do ano anterior. Mas, esse cenário já começou a mudar com o estímulo dos produtores em atender um mercado com preços mais elevados. Além disso, a recessão da economia global fez os custos de grãos caírem e dessa forma diminuir os custos de produção. "Poucas vezes houve um estímulo tão forte via preço para o aumento da produção como neste meio de ano", frisou Oliveira.

Para o pesquisador em economia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite, Samuel José de Magalhães Oliveira, além da forte seca outros fatores levaram à disparada do preço do leite. Entre eles, estão os choques de preços dos grãos usados na alimentação do gado, como milho e soja, e as restrições sociais provocadas pela pandemia, como os lockdowns. Vale lembrar que os dois grandes produtores de grãos, Rússia e Ucrânia, estão em guerra e isso fez subir o preço dos grãos e como consequência encareceu ainda mais o litro de leite.

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