Gatinhos deixados na Orla de Piatã estão em busca de lar; saiba como adotar

O designer Igor Andrade perdeu seu gatinho de estimação há pouco tempo e, para encontrar um novo companheiro, esteve, neste sábado (7), na feira de adoção dos gatos que vivem na Orla de Piatã. Só que ele não resistiu e acabou levando dois felinos para casa, estimulado também pela namorada, que se apaixonou por um dos bichinhos. 

O casal adotou dois gatos mais velhos, que são mais difíceis de acharem lares em comparação aos filhotes. “Hoje em dia eu vejo como faz bem [ter um animal de estimação]. Eu demorei muito pra querer e aceitar ter um gato casa, achava que ia dar trabalho, que ia virar uma obrigação. Mas, na realidade, é uma troca. Então, essa coisa também da pandemia rola uma resignificância de você cuidar do animal e ele também acaba cuidando de você dessa forma. Estou felizão! É o que posso ter hoje em dia, adotar mais de um gato em casa. Então, eu penso que o meu se foi pra dar espaço para duas novas [gatas]”, afirmou o designer.

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As feiras de adoção acontecem no Mundo Pet, localizado na Avenida Juracy Magalhães Júnior, 1260, sempre aos sábados, das 13h às 17h. Igor alerta que, quem tem o desejo de adotar um animal, precisa pensar em todas as possibilidades antes de tomar tal decisão.

“Principalmente essa questão de renda, porque, se você quer cuidar do jeito certo, você vai gastar dinheiro mesmo ou ter pessoas que possam te ajudar também nesse momento. Pense bastante antes de adotar um animal, de pegar na rua, o que for, porque ele vai precisar de você, vai passar de cuidado... e depois você abandonar, acho muita sacanagem. É um distrato que você tem perante o animal, perante o que ele precisa, o que você deu e depois vai simplesmente tirar. Amem seus animais”, acrescentou.

Organização

A feira é promovida pela ONG União de Proteção Animal de Salvador (UPAS) e tem como objetivo garantir lares amorosos para os gatinhos que são constantemente abandonados na colônia que se formou na orla de Piatã. Uma das diretoras da instituição, Márcia Menezes, afirmou ao BNews que o local não poderia abrigar gatos, pois tem praia, areia e acaba gerando um problema de saúde pública.

“Há cerca de cinco anos existe essa colônia lá. É um local que as pessoas já conhecem, já sabem e acabam diariamente abandonando animais. A gente tem feito diversas solicitações na prefeitura, na gestão passada e também na gestão atual, para que tome algumas providências para evitar que os abandonos continuem acontecendo lá [...] os gatos defecam e fazem xixi na areia da praia. Eles contraem alguns tipos de zoonoses e contaminam ao solo. Além disso, os animais vivem lá em situação precária”, explicou a diretora.

Márcia reclama que, mesmo após o incêndio na colônia, ainda não existem ações efetivas do poder público para que se iniba os abandonos. Ela disse que a ONG tem solicitado ao prefeito Bruno Reis uma audiência para conversar sobre o que pode ser feito para que o local deixe de abrigar gatos. “Na verdade, os animais não deveriam viver nas ruas. Quando a gente fala animal de rua, na verdade, é animal abandonado”, alertou a defensora. 

Ela destaca que, durante a pandemia, especialmente no início da crise sanitária, houve um aumento de quase 30% no abono de animais. “As pessoas começaram abandonar mais. Não sei se por conta da questão financeira, mas enfim, os abandonos aumentaram com a pandemia”, acrescentou.

Os gatinhos disponíveis para adoção na feirinha passam por avaliação veterinária e são todos vermifugados, castrados e vacinados. “Nós estamos fazendo essas ferinhas todos os sábados, aqui no Mundo Pet. Todos os animais são resgatados dessa colônia. Através da adoção, nós conseguimos diminuir a quantidade de gatos lá, mas é um trabalho que não para. Enquanto estamos doando três, dez estão sendo abandonadas lá. Então, a gente, de fato, precisa, além de fazer as feirinhas, atuar lá para que os abandonos lá parem de existir”, frisou.

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