Cachorro para criança? Confira mitos e verdades sobre essa relação

A relação entre cachorros e crianças pode ser muito benéfica para ambos, contudo é preciso que os adultos acompanhem de perto esse contato. Para saber o que é mito e verdade dentro desta relação, o BNews conversou com a psicóloga e neuropsicóloga Luciana Caldas e com a médica-veterinária Letícia Dorea.

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Segundo a veterinária Letícia, o comportamento do pet vai depender de sua forma de criação. “A chegada de uma criança na família pode trazer muita alegria e deixar o animal muito mais calmo do que agressivo”, disse. Ela ainda pontuou que a principal ressalva para a interação entre crianças e cachorros é que o animal esteja vacinado e sem presença de nenhuma comorbidade.

Algumas brincadeiras de bebês e crianças, por exemplo, podem gerar alguma reação inesperada do cão. A veterinária exemplificou que atitudes como puxar o pelo do cachorro, podem não ser bem aceitas pelo cão, que acabará se defendendo. Para que não ocorra nenhum acidente em casa é necessário a supervisão de um adulto.

Animais de grande porte x Crianças

Sobre essa relação, a psicóloga Luciana Caldas assegurou não haver problemas. Ela afirmou que o porte do pet não define como será seu comportamento. Logo, não é verdade dizer que o tamanho do cachorro influencia na relação dele com crianças. Ela destacou: “O que deve ser levado em conta ao promover essa interação é se o animal é agressivo ou se tem alguma outra característica que possa comprometer a segurança da criança, mas não há relação com o porte do animal”.

Idade ideal para a interação entre crianças e cachorros

Luciana afirmou que não existe uma idade específica para que essa relação possa acontecer. “A criança de qualquer idade pode ter ou interagir com um bichinho de estimação. Mas é preciso a supervisão do adulto, especialmente no caso de crianças muito pequenas, para a segurança de ambos”, ressaltou.

Relação gera impacto na saúde da criança?

De acordo com a psicóloga, os animais ajudam no fortalecimento do sistema imunológico, contribuem para a redução de problemas alérgicos, sedentarismo e ansiedade. Ajudam, ainda, a tornar a criança mais motivada, alegre, responsável com horários e desenvolver práticas de cuidado.

Os animais podem se tornar bons amigos dos seus “irmãos” humanos e essas interações podem ajudar ambos. Contudo, além de se atentar ao comportamento do cão, Luciana chamou atenção para o comportamento da criança que, caso tenha medo, deve ser respeitada. Nesse caso, segundo ela, o contato deve ser introduzido aos poucos e com a permissão da criança. “Também vale dar o exemplo: o adulto pode brincar com o animalzinho e deixar a criança observando até que se sinta à vontade para interagir”, explicou.

Caso o medo seja do animal, a psicóloga afirmou que se deve ensinar a criança a respeitar e não manipular o animal até que ele demonstre estar mais tranquilo com o contato.

O BNews também conversou com a administradora Viviane Rebouças da Silva Santos, de 46 anos, mãe de dois filhos e que tem três cachorros em sua casa: uma yorkshire, Loly, de 16 anos; um rottweiler, Duque, de 5 anos; e um schnauzer mestiço com poodle, chamado Theo, que tem 1 ano. Segundo Viviane, seu filho mais novo, João, de 9 anos, sempre interagiu com os animais e criou com eles uma relação de amizade.

“Vejo meus cães como filhos, então, desde que eles vieram morar com a gente, fiz questão de todos terem contato, principalmente com João, por ser o menor, que precisa aprender a cuidar dos cãezinhos, e também para os cães não estranharem ele”, contou.

Apesar de a família já ter contato com os animais há mais de cinco anos, Viviane afirmou que ainda toma cuidado nas interações. “Brincadeiras que incitem a raiva não são aprovadas aqui em casa, principalmente com Duque, por ser grande. Em um momento de raiva o estrago seria proporcional ao seu tamanho. Cães são como crianças, a educação aqui é para todos”.

A administradora admite que o filho mais novo sentiu ciúmes com a chegada da primeira cachorrinha, contudo, logo se acostumou e construiu uma grande amizade.

“Quando Loly chegou em casa, João teve um pouco de ciúmes, mas depois foi uma amizade muito grande. Quando Duque chegou, João fez o bichinho de ‘gato e sapato’, mas sempre foram carinhosos um com o outro. Mas, a grande paixão dele é Theo. João e Theo fazem tudo juntos, quando menos espero, João está deitado com Theo no chão da sala assistindo TV. Somos, realmente, uma família e sem eles tudo seria diferente”, finaliza.